Na era dos filmes cine biográficos, chega hoje (30/06) um dos melhores!
Com 90% de nota no Rotten tomatoes, Rocketman, filme que conta a história do lendário Elton John, é tudo que se espera do astro. Confira abaixo!
De ninguém a uma super estrela
Com direção de Dexter Fletcher e produção executiva do próprio Elton, Rocketman é tudo – e mais um pouco – o que o artista foi, e ainda é, no mundo do entretenimento.
Contando sua história de quando era um pequeno garoto tímido prodígio dos teclados até a super estrela do mundo, Rocketman conta a história da transição do franzinho Reginald Dwight para o excêntrico Elton John.
A apresentação do personagem é engraçada, dramática e aponta de forma direta os problemas familiares vividos por Elton.
Claramente, podemos entender que tais problemas ainda o assombraram até a vida adulta, sendo inclusive peças do grande quebra cabeça que quase fez o astro tirar a própria vida.
A estrela Elton John
Surreal ver como o processo de desenvolvimento do caricato pianista foi construído por ele no decorrer dos anos.
Não era pra menos, questões como sua orientação sexual foram jogadas a tona de forma grotesca, e elas o fizeram tomar algumas medidas muito arriscadas e incorretas para sua vida.
Mas como o tímido Reginald se tornou alguém tão excêntrico? Bom, acho que essa resposta é muito simples: liberdade.
Quando criança/adolescente, Elton foi muito criticado, podado e controlado pelos pais que mantinham um relacionamento de ausência (pai) e abusos (mãe, estrelada por Bryce Dallas Howard).
Depois da fama, veio os problemas comuns da época: o álcool e as drogas. Essa relação mostra como Elton foi influenciado pelo sucesso e os hábitos destrutivos adotados por super estrelas naquela época.
O longa não poupa detalhes ou os esconde: o uso abusivo de drogas está ali, assim como foi na vida real. Assim, o dedo de Elton John na produção ajudou a manter a realidade dos fatos. Amém.
O magnífico
Este título é um bom resumo do que o filme é. Magnífico. Surreal, real, gigante, exagerado, fantasioso. Todas essas palavras funcionam para descrever o filme.
Dexter construiu junto com o produtor e atual marido de Elton, David Furnish, um mar de cenas irrealistas, mas que refletem muito bem o que o cenário específico da cena representa.
Como assim? Pense dessa forma: muito das cenas irreais do filme, são maneiras psicodélicas e pessoais da percepção de John. Então, é como se o longa nos colocasse dentro da cabeça a mil por hora de Elton.
E acredite, é eletrizante! A surrealidade se torna uma realidade, é como se o que está em cena representasse o que está por dentro, o sentimento, a carga emocional da performance.
Isso parece louco, certo? Mas é exatamente essa a ideia! A escolha dessas cenas não só combinam com o filme mas também com o astro, que segundo ele mesmo “Foi uma época extraordinária e surreal, e isso era o que eu queria que o filme fosse“.
Vale lembrar que além de acompanhar a parte idealizadora de todo o processo criativo, mrs. John também deu carta branca para a produção.
Pra ser sincero, ele é o fã numero 1 do filme, e isso já é maravilhoso. Elton disse sobre o longa: “é absolutamente sincero e não tenta atenuar nada. Mal posso esperar para o público assistir e, espero, amar tanto quanto eu“.
Então, se o homenageado já gostou neste nível, talvez a produção tenha realmente caminhado para o lado certo.
O musical e sua estrela
Impossível que este não fosse um musical, correto?
As construções e escolhas de filmagens são méritos que o filme merece, já que são extremamente bem feitas e envolventes.
As cenas são tão enérgicas que nós, espectadores, nos sentimos quase como parte da plateia.
Mas ainda existe a cereja do bolo: Taron Egerton!
Vamos falar sobre esse cara, e olha, nunca critiquei (mentira, dê uma olhadinha aqui).
A atuação e entrega de Taron é simplesmente inexplicável. É muito boa, e sendo 200% sincero aqui, essa atuação sim é digna de um Oscar (ouviu Bohemian Rhapsody?)
Ele encarna Elton em trejeitos extremamente intimistas, e a escolha de certos ângulos muitas vezes o deixa muito, muito parecido com o artista.
Mas como encontrar a essência do astro por trás de tantas alegorias? Segundo o próprio Taron: “essa era uma pergunta que eu me fazia direto, então eu perguntei pra ele“.
Essa frase descontraída mostra uma coisa: o quão importante foi a presença de Elton na produção, seu envolvimento e comprometimento com todo o processo.
Além de Taron (embora ele esteja realmente incrível e seria fácil falar apenas dele aqui), o elenco foi muito bem selecionado de forma geral.
Jamie Bell, intérprete de Bernie Taupin, melhor amigo de Elton e companheiro de trabalho a 50 anos, também está excelente em seu papel.
Vale lembrar que Bernie é a cabeça por trás de músicas incríveis da carreira de Elton, como “Your song” e “Border song“.
Richard Madden faz John Reid, produtor e a maior decepção amorosa de Elton. Grande parte dos problemas emocionais do astro foram por parte do relacionamento tóxico com John.
Vale ressaltar em Rocketman:
A produção foi excelente, assim como os figurinos e acessórios extravagantes, marca registrada do astro pop.
Em cada cena temos um novo look, cada vez mais e mais exagerado. Interessante também como podemos ver o artista usando jaquetas com a bandeira LGBTQI+.
Que por sinal, foi um fato muito bem construído: a orientação sexual de Elton. O filme apresenta o que deve ser apresentado, sem entrelinhas ou censuras.
O filme é o que deve ser, expressando a verdade por trás da vida surreal e maluca de uma das maiores lendas do mundo da música.
“Minha vida foi bem louca. Os baixos foram muito baixos, os altos foram muito altos. Infelizmente, não tinha muito equilíbrio entre os dois“. – Elton John.
Rocketman estréia hoje (30/06) nos cinemas, e acredite, você não vai querer perder!