Se para muitas pessoas o terror está no sobrenatural, no místico e no além-vida, em MEN: Faces do Medo, o terror está no terreno, no humano, no homem.
No homem, literalmente. Escrito e dirigido por Alex Garland, também conhecido por sucessos como Ex-Machina e Aniquilação, a nova produção dos estúdios A24 é um terror sobre o poder destrutivo e violento da masculinidade.
Imagino que, para uma mulher, o filme seja amedrontador desde os 10 primeiros minutos, sensação essa que já vale como a primeira leitura crítica: existe terror no comum?
Te situando sobre a temática, a história conta um momento específico da vida de Harper, lindamente atuada pela talentosa Jessie Buckley. Harper é uma mulher viúva que vive e revive seu relacionamento traumático.
Para se desligar, ela decide alugar uma casa nada modesta no interior da Inglaterra, onde deseja se religar consigo e superar seu luto.
Claro, há algo estranho na cidade, que vive, conversa e persegue Harper em todos os sentidos: o físico, o visual e o emocional.
Para além de uma mera sensação, o filme cria um ambiente de perigo iminente, quase que a todo momento, perigo esse que ainda, e por muito tempo, desconhecemos.
Como já mencionado, a masculinidade é o pivô que dá vazão ao perigo. É nela que o trauma de Harper mergulha; nela que a angústia de uma dúvida se perpetua; nela que o medo de toda mulher se torna realidade.
Mais que a toxicidade masculina em suas infinitas formas, a tortura psicológica também se mostra violenta, rasgada e, infelizmente, onipresente.
Válido mencionar como a A24, produtora que tem oferecido ao mercado cinematográfico excelentes obras, inclusive de terror, como Hereditário e Midsommar, por exemplo, brilha novamente em dar espaço para a criatividade.
Na produção de Alex Garland, o machismo estrutural se molda diferente do convencional, com metáforas grotescas e, odeio dizer, realistas de como ele se perpetua.
Está em tudo, a todo lugar, ao mesmo tempo (referência a um gigantesco sucesso também produzido pela A24). Brincadeiras a parte, a pergunta que fica é: está em todos, ou em todos os homens?
Pra fechar sem spoilers ou grandes revelações, acho interessante referenciar a mensagem do filme como uma frase, aquela que ouvimos diariamente quando o assunto é algum tipo de comportamento abusivo contra uma mulher, “nem todo homem”.
Afinal, nem todo homem o quê? Bom, com essa deixo o resto pra você, e lembre-se: o TOCAFITA é um espaço aberto de diálogo e opiniões, então vou adorar saber o que você absorveu deste filme!
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Veja o trailer: