DOMINAÇÃO – CRITICA

Olá você pessoa fã de terror! 

A nova promessa do universo cinematográfico do terror vem com ideias interessantes: desvincular a forma tradicional e monotona dos filmes de terror hoje disponíveis de exorcizar pessoas; destronar o catolicismo e seus padres como os grandes heróis; trazer um medo mais psicológico do que visual. 



* AS INFORMAÇÕES A SEGUIR CONTÉM SPOILERS *



O enredo do longa dirigido por Brad Peyton (Terremoto: a falha de San Andreas; Como cães e gatos) é bastante simples: um cientista com uma habilidade muito particular de entrar na mente das pessoas, desvinculado de instituições religiosas, dedica sua vida a expurgar entidades demoníacas de indivíduos possuídos de “dentro pra fora”.

A fonte destas habilidades não são exploradas na trama, é simplesmente — e sem contestações — desta forma. O objetivo, assim como o enredo, é simples: vingança. Graças à uma das entidades, chamada de Maggie, Dr. Ember (Aaron Eckhart) perdeu o filho de 11 anos e a esposa em um acidente de carro. O espírito sentiu as habilidades peculiares que ele possuía e resolveu possuir uma mulher aleatória que dirigia no sentido contrario ao carro dele causando uma colisão frontal direta, onde apenas Dr. Ember sobreviveu, perdendo sua família e o movimento das pernas.



Todos os trabalhos realizados foram em busca deste espirito em especifico e não necessariamente para ajudar as pessoas, uma aparente sede de vingança egoísta. Vale ressaltar como a ideia de expurgo é interessante na cena da vítima que precede a principal, onde mostra Dr. Ember com total controle de seu corpo, tentando por meio de convencimento fazer com que a vítima acredite que tudo o que ela vê e vive naquele momento não passa de uma ilusão do demônio para engana-lo e drenar sua força vital, acontecendo apenas em sua mente. Após a verdade ser exposta, ele guia a vítima até a liberdade estimulando o poder de “criação de caminhos” que a própria vítima tem dentro de sua mente, até que então, num ato definitivo de confiança e desespero a vítima é libertada e o demônio, morto.

Outro ponto interessante é que Dr. Ember tem apenas 8 minutos para realizar o processo de convencimento da vítima até o total expurgo da entidade, pois, excedendo esse tempo, seu coração para de bater e ele morre. E como ele sabe a hora de acordar? Ele não sabe! Mas tem dois assistentes que o monitoram durante todo o processo, não só contabilizando o tempo mas também acompanhando uma leitura de suas atividades cerebrais.

Se ele não sabe quanto tempo passou, como pode saber quanto ainda lhe resta para convencer a vitima? O único artificio que ele possui é seu próprio relógio! Sempre que ele está ‘na ilusão do demônio’ todos os relógios não funcionam mais, parando na exata hora que ele entrou. É assim que ele trabalha seu tempo dentro da ilusão. Bela jogada.

Um ponto negativo, e bem negativo do longa é: Não dá medo! Infelizmente. O filme tenta não cair na mesmice de jumpscares excessivos, e tenta utilizar mais da atuação de David Mazouz (que foi particularmente boa) como causador daquele ‘frio na espinha’, com expressões faciais e viradas de rosto lentas e características de filmes do gênero, o que acaba não dando muito certo.


Como a nova vítima de Maggie é um garoto de 11 anos de idade (pra dar aquela agulhada no protagonista, né?!), é normal que os pais dele estejam surtando com a situação certo? Sim e não. O relacionamento dos pais de Cameron (David Mazouz), Lindsey (Carise Van Houten) e Dan (Mat Nable) é superficialmente explorado, onde a mãe, que vive e cuida de Cameron afasta o pai alcoólatra por acusa-lo de machucar o filho. 90% do diálogo do pai é extremamente repetitivo, e no final das contas, ele não tem tanta relevância pra trama, pelo menos não o pai real (o pai que vive na ilusão dentro da cabeça de Cameron é 200% mais relevante).

O pai não é o único que tem sua presença dispensável. Outros personagens são só introduzidos para acrescentar algo que seria de utilidade para o protagonista, depois são descartados ou permanecem sem muita utilidade. Um em específico que acabou sendo o pivô da provável pior cena do filme foi o tutor do dr. Ember, Felix (Tomas Arana), que após estudar pessoas “infectadas” ou possuídas, whatever, criou um ‘soro da clareza’, que dá 10 segundos de total lucidez a uma pessoa infectada. Dá pra imaginar essa utilidade no final do filme certo?

Portanto, mesmo com a ideia interessante de não mostrar rostos desconfigurados de demônios sedentos por almas, o filme não assusta, não causa medo e tem o final um tanto quanto previsível que deixa espaço.

2/5

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