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Velozes e Furiosos 10 é uma grande união de diálogos ruins, piadas sem timing e Vin Diesel em cima de bancos para conseguir encarar caras enormes de frente.
Já não é novidade para ninguém que essa saga live action de Need for Speed é algo que o Vin Diesel faz para tentar se colocar como um machão, mas que, diferente de atores como Tom Cruise ou Keanu Reeves em seus filmes de ação, não passa credibilidade. E não, não estamos defendendo os últimos John Wick aqui.
Depois de 9 filmes escalando em seus absurdos para mostrar que Dominic Toretto é um Superman que não voa e precisa de um carro barulhento para compensar algumas coisas, essa continuação parece ter o personagem/ator num ápice onde precisa mostrar que é o homem dos sonhos para todos os outros homens que assistem aos filmes.
O filme foca na aparição de um novo vilão, um personagem enfiado na história assim como todos os irmãos e parceiros de briga, que parecem sair dos lugares mais aleatórios a cada continuação.
O filme faz uma grande conexão com o filme Velozes & Furiosos 5: Operação Rio, trazendo Dante Reyes, interpretado por Jason Momoa (por algum motivo parecia um nome de personagem brasileiro para eles) como alguém tragicamente afetado pelas ações de Toretto no filme. E nos relembrando da tristeza que foi a versão de Brasil que o quinto filme da franquia trouxe.
Mas não vamos focar apenas nos elementos ruins. O novo vilão do filme tem bastante carisma, e como disse, por algum motivo acham que o Aquaman parece brasileiro. O grande acerto de Momoa com esse personagem foi o que toda a saga deveria fazer consigo mesma, não se levar a sério.
É um vilão caricato e exagerado, e o Momoa parece se divertir interpretando, o que combina demais com todos os exageros e cafonices do novo filme.
E não é que o personagem não tenha problemas, afinal, usam aquele famoso e triste arquétipo do cara louco que fica afeminado por isso. E não vamos entrar aqui em conceitos antropológicos para falar disso, todo mundo sabe bem porque foi feito assim.
No entanto, esses momentos do personagem não acontecem sempre, e Dante Reyes acaba roubando a cena o tempo todo. Infelizmente o personagem não luta, pois ninguém acreditaria no Vin Diesel batendo no Jason Momoa, então o fizeram como um personagem que usa apenas de planos sórdidos para seus objetivos, e isso ficou muito bom.
Todo o resto do elenco, inclusive nomes de peso como Charlize Theron, estão mais rasos do que nunca, já que, com tantos personagens para aparecer em cascata, eles se resumem a frases de efeito e porradaria.
Inclusive uma que admito ter sido bacana, protagonizada pela Charlize e pela fantástica Michelle Rodrigues (que sempre foi um dos únicos pontos razoáveis da saga).
Dominic Toretto continua necessitando de cenas a cada cinco minutos que elevem ele como o grande maioral, continua destruindo carros muito caros enquanto sai completamente ileso, e continua parecendo um boneco com a interpretação horrível do Vin Diesel.
O Brasil segue sendo representado como antes, armas e mulheres seminuas. Nada de novidade neste novo filme. Apenas mais do mesmo. E só não digo que com mais exageros, pois nada pra mim será mais exagerado do que Ludacris e Tyrese com um carro no espaço.
Ainda assim, se você só está interessado nas porradas e carros tunados fazendo coisas sobrenaturais, talvez goste.
Velozes & Furiosos 10 estreia dia 18 de maio nos cinemas.
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Resenha escrita por Henrique Zimmerer, pioneiro no gênero de light novels no Brasil, com 4 livros publicados e participação em diversas antologias espalhadas por aí!