Quão longe está 2014?
Bom, lá atrás, a quase 10 anos atrás, todos tínhamos diferentes interesses, referências e claro, estilos. Todos nós, incluindo o cinema, e com ele, John Wick.
A resenha de hoje é sobre a nova e possivelmente última (nunca diga nunca) produção dessa franquia que move o mercado de filmes de ação a quase uma década.
Se você nunca viu John Wick (o que talvez fale um pouco sobre seu interesse pelos filmes de ação), é uma produção estrelada por Keanu Reeves, ator que você com certeza conhece de produções como Constantine, Velocidade Máxima e Matrix.
Nessa franquia, Reeves da vida a um mercenário “aposentado”, que tenta a praticamente 10 anos descansar. Sim, descansar. Desde o primeiro filme, o personagem tenta se desvencilhar da vida de assassinatos e viver uma vida tranquila, o que é impossível para alguém tão perigoso.
Acontece que lá em 2014, a estética da ação era um pouco diferente de 2023: protagonistas com menos carisma, um ar misterioso e praticamente habilidades sobre-humanas não discutidas faziam muito, muito sucesso.
Assim vive John Wick!
Chega a ser cômico o poder mitológico do personagem, que é imune a balas, pancadas, quedas e, acredite se quiser, atropelamentos.
Vivendo a essência das chamadas “Armaduras de Roteiro”, o super poder do personagem (que vale ressaltar, não é um filme com super poderes) é o protagonismo. No final, a audiência só quer ver pancadaria, cenas alucinantes de ação e violência, né? Se sim, ponto para John Wick.
Acontece que, diferente do que costumamos ver nesse tipo de produção, onde o protagonista é badass ao ponto de desafiar todas as leis da física, química e qualquer outra matéria que você pensar, existem outras que quebram este padrão simples e quase preguiçoso.
Todos lembramos e sentimos a dor da perda de Mad Max: Estrada da Fúria no Oscar, né? Ele é um excelente exemplo de ação alucinada com personagens carismáticos, fortes, misteriosos e, bom, muito bem feitos.
Na ré dos velozes carros de Mad Max, John Wick é apelativo, desinteressante. Motivações ruins para 4 filmes, o roteiro tenta se segurar em pancadaria, tiroteios e muita violência (estereotipada, inclusive).
Claro, em um filme da produção de John Wick, certamente as cenas de ação são muito bem feitas, e são mesmo! Acontece que, com quase 3 horas de duração, nenhuma ação é suficiente quando ela é vazia.
Assim, John Wick Baba Yaga fica exaustivo, repetitivo, desinteressante. Faltou tempero, faltou carisma, faltou um bom roteiro. Com pontas soltas e um final “conclusivo” de fim de franquia, pra onde essa história – que já é rasa – vai?
Bom, talvez nós veremos isso mais pra frente. Enquanto isso, sentimos o pesar de uma franquia exaurida, espremida até a última gota em prol de bilheteria. Uma pena, realmente.
Lembrando: este é um artigo de opinião e, pra saber se você vai curtir o filme, você tem que assisti-lo! John Wick Baba Yaga estreia 23 de março nos cinemas nacionais e a pré-venda já está acontecendo em vários cinemas no país!
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Foto de capa: divulgação oficial do filme por LIONSGATE FILMS