Temos que começar a falar desse filme pelo título: A Man Called Otto. A obra é uma adaptação de um romance homônimo, um drama sobre superação para um homem mais velho chamado, obviamente, Otto, interpretado por Tom Hanks.

Ao traduzirem o nome do filme no Brasil para O pior vizinho do mundo, foi retirado muito da carga dramática no título, transformando-o em algo no estilo sessão da tarde, uma comédia divertida para toda a família… Bem, cuidado com isso.

A man called Otto (e nesta resenha vamos nos referir com o nome original pelo motivo explicado acima), tem cenas fortes e com gatilhos um pouco pesados envolvendo suicídio e aborto. Apesar de ser muito emocionante e bem escrito, é preciso dizer que nem sempre essas coisas são tratadas muito bem na tela, às vezes até mesmo de forma leviana.

Otto é um homem cansado e ranzinza, que vê todas as pessoas como idiotas e incapazes de fazer algo que ele claramente pode. Sendo o líder de uma pequena comunidade, cabe a ele todas as responsabilidades que não caberiam a mais ninguém, no entanto, após a morte da mulher, ele decide que sua hora também chegou.

Acontece que uma nova família se muda para uma casa em frente a dele, e a primeira visão que Otto tem dos novos vizinhos é perturbadora para um velho que preza tanto pela ordem. Com uma necessidade incontrolável de fazer as coisas do seu jeito, ele acaba lidando com essa família de maneiras divertidas, claro, mas também intensas.

Ao longo do filme você vai compreendendo quem Otto é, e porque ele se tornou essa pessoa amarga. Há muitos flashbacks introduzidos de forma perfeita para te arrancar lágrimas assim como tirar a chupeta de um bebê, e sim, você vai pedir por mais.

O filme traz ótimas críticas sociais trabalhadas de forma leve, mas bem clara, para afetar até mesmo o espectador mais distraído. Com uma variedade de personagens e situações acontecendo em um único quarteirão, você se vê inserido naquela comunidade e parte da vida daquelas pessoas.

É preciso dizer que você provavelmente se identificará com o Otto em diversas situações, e isso talvez seja um atestado de idade para nos mostrar que a adolescência já se foi, no entanto, o filme vai além disso. A empatia com o protagonista vem do belo trabalho de Tom Hanks em nos arrancar risadas e choros com meros detalhes de interpretação.

A man called Otto pode ser um bom filme para assistir tranquilo no fim de semana com outras pessoas, mas também pode ser uma viagem introspectiva muito forte se você decidir por assisti-lo sozinho em um momento de concentração.

A man called Otto (O pior vizinho do mundo) estreia dia 26 de janeiro nos cinemas.

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Resenha escrita por Henrique Zimmerer, pioneiro no gênero de light novels no Brasil, com 4 livros publicados e participação em diversas antologias espalhadas por aí!

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