É fácil esperar uma obra-prima de um dos diretores de maior sucesso da atualidade, certo? Bom, não precisa se preocupar, ele acabou de entregar mais uma.
Depois do estrondoso sucesso de Corra! (Get Out), mesmo sendo vendido errado nas premiações (assunto para outro momento), e o também incrível, embora mais singelo, Nós (Us), os holofotes estão sempre em cima de Jordan Peele, certo?
Não a toa, o novo filme intitulado NOPE, traduzido para “Não! Não Olhe!” no Brasil que, sim, faz sentido, mas não faz jus a produção em si (talvez mais um papo para outro momento), chega aos cinemas prometendo tudo: entregando tudo também!
A premissa é simples: pessoas atormentadas por uma presença alienígena não desconhecida.
O enrede real? Muito, muito mais intenso, imersivo e.. Aterrorizante. Entre todas as alegorias criadas por Peele, a jornada dos filmes de terror mais tradicionais e pequenos esteriótipos que não machucam ninguém, o terror de Não! Não Olhe! está nos detalhes.
Mascarado, porém nem tanto, os protagonistas OJ e Emerald Haywood, estrelados por Daniel Kaluuya e Keke Palmer, essa última que ganhou meu coração nessa produção, mostram um cenário de horror na história: o esquecimento da possível origem do cinema.
Esquecimento este, tema principal do filme, apresentado de diferentes formas, muitas delas envolvendo o cinema, a TV e seus bastidores.
Já pensou como a história é moldada aos olhos de quem a controla? Assim como em Falcão e o Soldado Invernal nos mostrou, o apagamento do povo preto faz parte de suas histórias.
A diferença? Na produção da Marvel, o enredo cai sobre o primeiro Super Soldado, um homem negro chamado Isaiah Bradley, totalmente esquecido pela história norte-americana por ser negro.
Mais realista que a série de super-heróis, Peele mostra o apagamento da população preta da história Hollywoodiana, desmerecida, desvalorizada, invalidada.
Um show de horrores para a sociedade que vangloria o mundo, a evolução, como menciona a passagem inicial proposta por Peele: “Lançarei sobre ti imundícias, tratar-te-ei com desprezo e te porei por espetáculo,” – Naum 3:6.
Então, entre horrores, tensão e mais horrores (e situações engraçadas aqui e ali), Não! Não Olhe! é um deleite para quem gosta de vivenciar uma boa experiência cinematográfica.
Lembra que falei sobre a perda da tradução: existe UMA cena, completamente icônica, que traduz tudo em uma palavra. NOPE, nome do filme na língua original. Impactante, cômica e, ao mesmo tempo, banhada em desespero: verdadeiramente brilhante.
Mesmo assim, sem sofrer pela tradução nesse momento, o provável sucesso dessa nova produção de Jordan Peele é iminente, por centenas de motivos que ainda nem mencionei, mas passarei brevemente a seguir:
- Fotografia BRILHANTE do especialista em gravação IMAX, Hoyte Van Houtema;
- Atuações sensacionais dos protagonistas, com uma menção honrosa ao caricato Brandon Perea;
- CGI e efeitos excelentes.
Bom, pra fechar, recomendo que você veja no cinema, em IMAX se existir a possibilidade. Independente disso, o espetáculo acontecerá de onde for, acredite.
Ah, falo também sobre o filme lá no Instagram do TOCAFITA, uma excelente oportunidade pra você vir conversar comigo sobre, tirar dúvidas e dar suas opiniões pra gente conversar, passa por lá e lembra de seguir a página 😉.
Veja o trailer:
