Chegou: e está incrível! The Batman, agora dirigido por Matt Reeves e com roteiro compartilhado ao lado de Peter Craig é um dos filmes mais esperados do ano, afinal, o Morcego é um dos heróis mais populares do mundo.
Sombrio, frio e mais violento que todos os outros filmes do Homem Morcego, The Batman reconta a história conhecida por todos através de uma nova perspectiva, não necessariamente diferente, mas mais jovial.
Com um personagem menos maduro e mais intenso, o Batman de Robert Pattinson é bastante diferente dos demais já feitos na história cinematográfica do personagem.
Em suas quase 3 horas de duração, Matt apresenta um universo completo com o máximo de detalhes possível, mostrando uma Gotham caótica – como sempre – e dominada por problemas políticos.
Mais que isso, de cara somos (re)apresentados por diversos personagens famosos: Selina Kyle (que falarei já já, ainda neste texto), Pinguim e Charada (ainda não representado como deveria no universo cinematográfico do personagem, mil desculpas, Jim Carrey).
Menos populares embora ainda sejam altamente relevantes, a família Maroni e Carmine Falcone ajudam a carregar a trama, este último mais presente que os outros personagens citados acima.
Antes de mergulharmos mais nos personagens, é preciso discutir as novas escolhas feitas por Reeves para essa adaptação, veja.
Batman sombrio… de verdade!
Não é segredo para ninguém que o Batman é e sempre será o super-herói mais “trevoso” de todos os tempos: seu maior sucesso nos cinemas não se chama Cavaleiro das Trevas a toa.
Mas, diferente de todos os excelentes (alguns nem tanto) filmes que já deram vida ao personagem, The Batman é de longe o filme mais sombrio já feito.
A leitura do personagem em si não muda: um cavaleiro da noite, vigilante, conflitante com 99% da polícia e seguindo suas próprias regras. A essência do Batman é a mesma, pode acreditar.
O que realmente difere o Batman de Reeves é o que deveria ter acontecido há muito tempo: os elementos de suspense e terror. Mais intenso que todas as produções anteriores, agora vemos um clima realmente pesado, intenso e violento.
Assim como todos os demais brincam com as sombras, característica clássica do personagem, Reeves não exita em deixar o filme mais medonho e visceral, adicionando ângulos diferentes e planos que possibilitam a criação de expectativa, assim como vemos em filmes como Invocação do Mal e demais sucessos do terror.
Calma, Batman ainda é um filme do Batman. O gênero terror/suspense não domina todo o filme, apenas viajam por ele pelas sombras, pelos olhares e em alguns casos, pelos Jump scares que podem pegar os mais desprevenidos.
Brilhantemente produzido, todo esse clima quebra a expectativa de um Batman bonzinho, abrindo espaço para um personagem mais violento, impulsivo e humano.
Vale ressaltar: as escolhas da direção, principalmente nas cenas de ação, foram lindas de ver!
Herói e Detetive na medida exata
Se vamos ver um filme de quase 3 horas, que ele seja de fato interessante, certo?
Aí entra outro ponto para The Batman: o enredo. Cheio de mistérios e claro, charadas, finalmente temos um Batman cuja inteligência vai além do seu cinto de utilidades, mas sim de estudo, raciocínio e, acredite se quiser, falhas.
Na saga de Nolan nós tivemos vislumbres dessa característica do personagem, embora ela pudesse ser mais explorada. Muito além de apetrechos, Batman sempre foi um personagem estrategista, sempre teve vilões inteligentes e nunca pode descansar e cair na briga apenas por brigar. Inclusive, essa é uma das características mais marcantes do personagem.
Justamente por isso, Charada foi o vilão perfeito para introduzir essa nova adaptação, uma vez que é possivelmente o vilão mais inteligente do Homem Morcego.
Dito isso, vamos aos personagens.
Personagens que brilharam
Pra quem quer saber se Robert Pattinson iria brilhar (com a ironia à saga Crepúsculo), acertou: mas aqui ele brilha da forma correta.
Entregando o que na minha humilde opinião é o melhor Batman de todos os tempos, Pattinson oferece ao personagem algo que ele sempre precisou e nunca foi realmente entregue: a comunicação não verbal.
Mais que diálogos imponentes, o conflito Batman/Bruce e a vida de luto que o personagem enfrenta, alguns olhares explicam como o personagem está se sentindo, o que ele quer fazer (ou evitar que aconteça) e muito mais.
Além disso, e nessas próximas palavras vem uma grande felicidade, outra pessoa que brilha é nossa nova e maravilhosa Mulher-Gato: a Selina Kyle de Zoë Kravtiz.
Quebrando muitas expectativas, a personagem é tão misteriosa quanto o próprio Batman: fugindo do comum apresentado nos demais filmes onde ela sempre foi uma ladra habilidosa, sensual e egoísta.
Ela continua sendo tudo isso? Sim, mas abraçando o clima introdutório, temos uma personagem muito mais profunda, intensa e, como seu enredo gira em torno do luto e de traumas da infância, mais descuidada e impulsiva.
Mais uma salva de palmas? Então precisa ser para o Pinguim de Colin Farrell. Quase irreconhecível, o ator entrega muito mesmo sem aparecer muito, participando de uma das cenas mais icônicas: a perseguição de carro, vulgo Batmóvel (vista nos trailers).
Importante ressaltar que ele é, quase unicamente, o pouco alívio cômico que o filme possui. Sim, nada de comédia por aqui, o clima é realmente pesado.
Por fim nosso vilão de assinatura: o Charada de Paul Dano. Surreal, inteligentíssimo e quase caricato, o antagonista master deste primeiro filme (que sim, será uma franquia) é caótico como deveria ser, esperto como deveria ser e (des)humano de uma maneira surreal.
É com ele que grande parte do suspense acontece, além de cenas agoniantes e estranhamente agressivas (fisicamente ou não).
Já comprou seu ingresso?
Super recomendado por aqui, é hora de mergulhar novamente no universo DC e em filmes de qualidade como o Cavaleiro das Trevas, lá de 2008 (não desmerecendo a última década do universo cinematográfico).
Dicas extras pra você que leu até aqui:
- O filme é grande, portanto evite consumir muitos líquidos (mesmo assim, tenha água disponível);
- É um filme investigativo, então preste bastante atenção em nomes, rostos e, principalmente, nas charadas;
- Se tem dificuldade para acompanhar legendas e não está muito familiarizado com a língua inglesa, talvez assistir à versão dublada possa ser sua aliada para entender com mais facilidade.
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