E a dona Marvel está de volta! Eternos – Eternals – chega aos cinemas com novos personagens e um lado muito mais místico e, acredite se quiser, humano. 

O longa dirigido pela Oscar Winner chinesa Chloé Zhao, que mostrou todo seu talento em Nomadland (2020), é o filme da Marvel menos Marvel de todo o MCU. 

É uma nova jornada em várias questões, e neste conteúdo eu pretendo te apresentar, sem spoilers, algumas dessas vertentes que me encantaram.

Boa leitura e bora falar do MCU! 

Era uma vez a fórmula mágica

Entre os vários filmes do Universo Cinematográfico da Marvel, ficou escancarado uma padronização das produções.

Elas não são iguais, veja, mas se parecem em várias questões, quase como se Kevin Feige exigisse algumas coisas como as famosas piadinhas, por exemplo. 

Assim, é fácil esperar que todas as produções estejam neste formato confortável para o público Disney, certo? Bom, era certo, até a chegada dos Eternos. 

O filme não foge 100% da fórmula Marvel, mas é de longe o mais diferente de todo o Universo. A forma de falar, a distribuição das funções cômicas, a pauta carregada e até a mensagem: tudo é muito fora dos padrões Marvel. 

Mesmo assim, o filme ainda conta com o humor comum dos filmes, inclusive muito bem feito, mas de maneira mais segmentada e com personagens mais específicos: quem é sério, é sério. 

Eternos tem o enredo mais sério da Marvel

ETERNOS MARVEL

Se pararmos para pensar no quão impactante foi ver o Thanos extinguir metade de toda a vida do universo, talvez fique complicado comparar qualquer impacto mundial com ele, né? 

Felizmente, Eternos vai em contra-partida a este fato: ele vai mais além, muito mais. 

Humanidade, existência, ganância, conflito e toda a pecaminosa vida humana é retratada em Eternos, de uma maneira externalizada, quase etérea. 

Calma, eles são “pessoas físicas”. Mas são seres enviados à terra a fim de cultivar a sociedade, permitindo a evolução da espécie humada e combatendo os Deviantes, seres destinados à destruição da vida. 

Se passando em mais de 7 mil anos, o enredo de Eternos é contemplativo e explora todo o planeta terra: clima, diferentes culturas, línguas, riquezas e muito mais. 

Assim, o filme de Zhao traz a beleza natural como cenário, assim como trabalha cores e os movimentos naturais como as águas e as florestas, por exemplo, como tela de fundo para as cenas. 

Vale ressaltar: os Deviantes não são necessariamente antagonistas aos Eternos: o ponto é muito mais embaixo, e tem muito mais em jogo do que seres místicos lutando raças destruidoras de vida. 

Diversidade e inclusão

Eternos é, de MUITO longe, o primeiro passo para trabalhar real inclusão dentro do MCU. Não ´é de hoje que reclamações e brigas envolvendo a sra. Disney e a falta de inclusão nos filmes existem, e Eternos é o ponto de virada após mais de 20 anos. 

Porquê? Pela escolha de pessoas reais para personagens nada reais, mas que usam de um meio comum para viver: o conhecimento. 

Então, tratando de vivência, sociedade e comportamento, os 10 Eternos apresentados (sim, a equipe completa) são pessoas distintas, com objetivos e pensamentos distintos, mesmo que eles venham do mesmo lugar. 

Entre eles, a diversidade é clara: homens, mulheres, crianças, pessoas mais maduras, magros, gordos, PcD, diferentes orientações e etnias. 

Bem no estilo Chloé Zhao, a história dos Eternos reflete a humanidade a sua essência: somos diferentes e tudo bem, ainda podemos ser um grande time. 

Vou ressaltar dois personagens que mais se encantaram:

Primeiro temos Makkari, que no quadrinho original é um homem, mas no longa é interpretado pela atriz Lauren Ridloff.

Surda, a personagem de Lauren também é uma PcD (Pessoa com Deficiência), e a ASL – linguagem de sinais americana – é falada durante todo o filme.

Escolher usar a linguagem de sinais em um filme dessa magnitude é, no mínimo, arriscado, e Chloé faz com uma maestria e naturalidade de encher o coração. 

Velocista, Makkari tem uma das melhores cenas de ação em todo o longa, além de ser super carismática. 

E meu outro personagem do coração é Phastos, interpretado por Brian Tyree Henry. Inspirado em Hefesto (que no enredo do filme é quem, na verdade, inspira o Deus Grego), o personagem é engraçado, divertido e LGBTQIAP+. 

Protagonizando um momento histórico dentro do MCU, Phastos também é altamente relevante para o enredo e não fica para trás em relação aos demais personagens. 

Essas duas representações são importantes, na minha humilde opinião, porque retratam não só a realidade geralmente inexistente – ou simplesmente largada de lado – nos filmes deste gênero como uma forma simples e natural de falar sobre pessoas, suas peculiaridades e anseios. 

Eternos para o MCU

eternos mcu

Além de suas duas cenas pós-créditos que não irei mencionar por aqui, Eternos tem sim, ligação com o MCU. Mesmo que fraca, essa ligação é importante o suficiente para mostrar um lado que talvez ainda iremos conhecer da Marvel lá em Dr. Estranho 2 no Multiverso da Loucura

Filmes este que, por sinal, tinha tudo pra ser um terror incrível, né? Poxa Marvel! 

Devaneios a parte, não espere que Eternos vá seguir Vingadores Ultimato ou os últimos acontecimentos dos filmes do Homem-Aranha. Como eu já mencionei, os Eternos vão mais além, e conflitos mundanos não fazem parte do cardápio. 

Paralelamente ao que estamos acostumados a ver, Eternos nos leva para os confins do Universo apresentando os Celestiais, seres cósmicos que provém a vida, conhecimento e muito mais. 

É uma briga que, basicamente, ninguém pode ganhar e que vai muito além do que podemos imaginar. São seres maiores e mais poderosos que planetas, com objetivos muito mais interessantes e complexos que um estalar de dedos

Por isso, Eternos pode não ser um filme que encanta a criançada ou até àqueles que esperam pessoas uniformizadas brigando e defendo o mundo de malfeitores. 

Com uma história complexa e densa demais apenas para um filme, as 2 horas e meia voam, principalmente porque o filme é imersivo e mais denso que qualquer outro que o MCU já produziu. 

Vale ressaltar que a sensacional trilha sonora de Ramin Djawadi (que você talvez conheça por produzir as mais icônica trilhas de Game Of Thrones, incluindo The Rains Of Castamere, do Casamento Vermelho), ajuda MUITO na imersão das cenas e na identidade do filme!

Mesmo assim, o alívio cômico de Kevin Feige (risos) ajuda a quebrar o clima explicativo e todo o contexto necessário, permitindo que alguns respiros aconteçam lá e cá. 

Fechando com o soco de ouro 

A pancadaria: quem não ama, né? Para quem não abre mão da ação, talvez este seja o ponto para se decepcionar com Eternos. Entre as várias cenas de ação, algumas delas são repetitivas e não tão interessantes. 

Os efeitos visuais estão excelentes, o que é um ponto positivo, mas com um filme tão contemplativo, ver “heróis” enfrentando monstros é quase uma heresia.

Falando nisso, toda a forma épica de Eternos é quase um filme bíblico – em magnitude, não em enredo, não confundam. 

Mesmo assim, a ação é o suficiente para criar climax melhores, principalmente aquelas que acontecem no terceiro ato. 

Dito isso: é só esperar, enquanto absorve a história, que as boas cenas de ação irão chegar (lembra que eu falei da Makkari? Você vai entender do que eu estava falando!). 

 

Eternos estreia quinta-feira dia 04/11/2021.

Minha recomendação pessoal: veja toda a beleza da fotografia nos cinemas, a imersão te ajudará a absorver a história ainda mais. 

Indo ainda mais além, abra sua mente e deixe Eternos mudar sua forma de ver “filmes de heróis”, afinal, ele é o filme experimental (de novos gêneros) mais interessante que a Marvel já fez, e será incrível ver mais conteúdos densos como este num futuro próximo para o MCU! 

Obrigado por ler até aqui, você é incrível! Vamos conversar sobre o filme, me chame no Instagram! 

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