E cá estamos nós em outro filme do diretor de Fragmentado, O Sexto Sentido e Sinais: M. Night Shyamalan

Com novidade nos cinemas, o diretor que também estrela no longa traz o novo Tempo, no inglês, Old (Velho). O filme carrega um ambiente de mistério quase clássico do diretor, mas alguns elementos deixam o enredo mais interessante. 

Então, neste conteúdo você acompanhará o porquê eu recomendo que você veja, sem spoilers! 

A relação com o tempo 

Se você viu o trailer (o que nem sempre eu recomendo, mas neste caso está liberado), já deu pra entender parte do enredo. Por lá, podemos ver um grupo de pessoas presas em uma ilha aparentemente remota. 

Pra dificultar, coisas impossíveis começam a acontecer: como um envelhecimento surreal das crianças presentes na ilha. Aí está, a relação com o tempo – ou com a velhice – proposta no trailer para instigar ainda mais o nome nada explicativo do filme. 

Porém, tudo no filme tem relação ao tempo. Diálogos, olhares, momentos e até mesmo cortes: tudo leva a uma sensação de passagem de tempo. 

Vale ressaltar que alguns diálogos são quase caricatos, daqueles vistos em filme não muito bons (não todos, claro). 

Mesmo assim, tempo é fator predominante durante 100% do filme, dando real jus ao seu nome, talvez até mesmo explicando a escolha da tradução em terras brasileiras. 

Os personagens 

tempo M. Night Shyamalan

Com a sensação criada, é hora de falar dos personagens. Além do próprio diretor, que tem de fato certa relevância para a história, todos os outros atuam sob o estilo do filme: caos. 

Tudo acontece muito rápido, e entre atuações mais interessantes e outras nem tanto, ninguém se destaca tão bem assim. Mesmo assim, existem vários momentos icônicos, tensos e cômicos que, se não fosse por bons trabalhos de atuação, talvez fosse quase caricato. 

Cada um tem papel relevante para a história: todos, MESMO. Mas meio a tanto caos criado pela história que, até 45 do segundo tempo os espectados não entendem quase nada, talvez criar atuações memoráveis dignas de premiações fosse tarefa muito difícil. 

Caótico, intenso e misterioso

Tratando de relações, de envelhecimento e de fatores referentes a vida, o filme mostra de maneira muito literal sua própria premissa: a passagem exagerada do tempo. 

Aqui, ele é tanto brilhante quanto caricato: como mostrar, em uma ilha com poucas pessoas, uma vida inteira? É neste momento que tudo fica muito caótico e, de certa maneira, acaba sendo cômico demais pra ser verdade. 

É tudo tão corrido – novamente, o tempo – que fica difícil digerir todos os acontecimentos, e no terceiro ato e, apenas lá, que você tem tempo de respirar para raciocinar o que está acontecendo (e mesmo assim, entender não será uma tarefa fácil). 

Se você é do tipo que sente muita ansiedade para entender o enredo, prepare-se para sentimentos próximos ao de Midsommar, terror psicológico de Ari Aster que eu pessoalmente amo. 

Agora, se você consegue pegar detalhes, talvez o final seja menos nebuloso, embora ainda seja um pequeno vislumbre do plot que encerra toda a produção. 

O Final, mas sem Spoilers

Diferente do que o filme parece ser, ele tem sim um final. Na verdade, o clímax entregue no terceiro ato é a luz que vem do céu, quase um Ex Machina. Lá, nós somos colocados contra a parede: o que pensar com tão pouco tempo para digerir? 

O discurso apresentado por Shyamalan é tão humano, que beira ao ridículo (no melhor sentido da palavra) lembrar de todo o sentimento vivido nas quase 2 horas anteriores. 

É uma bomba de realidade que parece não fazer parte do filme, ao mesmo tempo que faz absoluto sentido para a trama, principalmente para os mais atentos. Assim, o diretor brinca com nossa razão e com o emocional, tanto dos personagens quanto de quem está assistindo: nós. 

Conclusão

Tempo é uma produção, ironicamente, atemporal: ele fala sobre o ser humano e seus desejos; escolhas; sobre a intensidade de viver e o que pode ser chamado de envelhecer. 

Claro, tudo isso é entregue em um ritmo acelerado e com alguns momentos que poderiam ser esquecidos (diálogos bobos demais, cenas desnecessárias demais). 

Por fim, se você tem alguma dúvida sobre o investimento de assistir ao filme, não se preocupe: você nem vai sentir o tempo passar.

Veja o trailer: 

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