Já pensou qual o verdadeiro som do silêncio? Concorrendo em 6 categorias no Oscar, O Som do Silêncio fala sobre se redescobrir e se reencontrar a partir de uma nova realidade.
Com direção de Darius Marder, o filme traz Riz Ahmed no papel principal – indicado merecidamente a melhor ator na premiação do Oscar deste ano.
Interpretando Ruben Stone, um baterista de Heavy Metal que, de repente, perde quase 100% da audição. A sensibilidade está presente no filme desde o primeiro minuto: mostrando Ruben numa rotina simples ao acordar com sua namorada, vocalista da banda.
Era uma vida promissora, até que a nova condição de Ruben começa a afetar a vida dos dois. Em negação, ele precisa juntar dinheiro e se adaptar à nova vida.
Tratando a surdez com muito cuidado e mostrando o desenvolvimento da condição por diferentes vertentes, acompanhamos o personagem transicionar da negação para a adaptação meio a sua nova comunidade.
Paul Raci, indicado a melhor ator coadjuvante pelo papel de Joe, um senhor surdo que constrói um conjunto habitacional para a comunidade surda, instruindo e readaptando pessoas a vida social.
O relacionamento dos dois é interessante e traz muito à trama, trazendo uma nova realidade á Ruben, principalmente relacionado a ressocialização e ao aprendizado da ASL – American Sign Language, a Linguagem de sinais norte-americana.
A importância de falar sobre a surdez
Antes, é importante pensar sobre a adaptação social de TODOS e como a LIBRAS – aqui no Brasil – deveria ser uma língua nacional. Junto do Português, a linguagem dos sinais, na minha humilde opinião, deveria ser ensinado em escolas.
Voltando à trama, a escolha do nome traz a história um viés muito interessante: tanto no nome original – Sound of Metal – quanto no escolhido para o Brasil, “O Som do Silêncio”.
No norte-americano, temos o duplo sentido: o fato de Ruben ser um baterista de Heavy Metal, quanto ao sol metálico dos aparelhos auditivos instalados cirurgicamente.
Já no Brasil, o nome fica realmente evidente na última cena, que claro, não mencionarei aqui. Por mais que seja possível captar o porquê do nome no decorrer do filme, a cena final irá te fisgar de maneira natural e você entenderá tudo, lá, no último momento.
Vale ressaltar aqui o relacionamento de Ruben com sua namorada cantora, Lou (Olívia Cooke), que desde o início toma diferentes rumos.
Entre apoio e desejo instintivo de segurança, parte da frustração do protagonista se dá pela relação entre eles, o que também impacta muito durante sua readaptação.
Disponibilizado pela Amazon Prime Vídeo, O Som do Silêncio é o tipo de filme que narra uma vida real, não fantasiosa e que pode acontecer com qualquer um (principalmente pessoas expostas a muito barulho, como os músicos, por exemplo).
Vale também a indicação de assistir ao filme com fones de ouvido, o que com certeza muda muito a atmosfera de todos os acontecimentos.
Completamente imersivo, somados as escolhas narrativas, o roteiro, a atuação impecável de Riz e todo o cuidado na construção do som durante a história, O Som do Silêncio ocupa um lugar merecido na maior premiação do cinema mundial.
Acompanhe novas resenhas aqui no site e siga o TocaFita no Instagram!
