O ano de 2020 está um Caos, certo?
E com a pandemia do Covid19, o cinema também sofreu grandes impactos, como era de se esperar. O Filme Onward, traduzido para o Brasil como Dois Irmãos: Uma Jornada Fantástica foi uma das obras barradas pelo Covid19.
Com seu lançamento cancelado em solos nacionais, o filme chegou a vender ingressos, que infelizmente (ou felizmente, se tomarmos a consciência que o isolamento social é necessário), não foram utilizados.
Mesmo assim, a Pixar resolveu enviar o filme para os Streamings: a Amazon Prime Vídeo para ser mais exato.
Engraçado pensar que a alguns anos atrás as plataformas de streaming eram completamente boicotadas em premiações, e agora possui lançamentos próprios, né?
Enfim, explicação sobre seu lançamento feita, vamos comentar sobre a obra de Dan Scanlon!
Do que fala Dois Irmãos?
O filme do diretor de Carros (2006) e Universidade Monstros (2013) trás para as telonas uma animação com um teor mais intenso: Ele fala sobre o luto.
Ok, muitos filmes da Disney/Pixar são relacionados ao luto, certo? Sim e não, porque aqui o luto é o tema central, muito explorado e mais acentuado como em outras obras do estúdio.
Como eles fazem disso um filme para crianças? Mágica, claro! Com um universo fantástico em torno de toda essas história, a intensidade do tema fica bem mais leve, embora seja bastante claro.
Ian Lightfoot (Tom Holland) é um elfo adolescente que sente o peso de nunca ter conhecido o pai, que faleceu precocemente. Acompanhamos seus interesses, seus sonhos e como ele pretende seguir a vida, o que deseja realizar e etc.
No meio disso, vemos seu único irmão mais velho Barley (Chris Pratt), fissurado em histórias e em universos mágicos – Barley é o que para a trama seria o “Nerdão”.
Aqui já entendemos que Ian não faz parte desse universo ao lado de seu irmão, mesmo que Barley tente incluir o irmão mais novo em suas loucas jornadas.
A Relação com o pai
Claro que teria magia em algum momento, né? E vem do pai – já falecido – dos dois, que deixa de presente de 16 anos para eles (entregue pela mãe dos jovens no aniversário de Ian, dia que inicia a trama).
O presente é um bastão mágico, mesmo que na época que o filme se passa, a magia já foi esquecida, se tratando de histórias antigas e “fictícias”, exatamente as que Barley tanto ama.
O presente é uma esperança, mesma sendo para Ian inimaginável, mas que atende o desejo de conhecer o pai por meio de um feitiço que dura apenas 24h.
Com essa premissa, vemos a falta que Ian sempre teve da imagem paterna, como ele sentia inveja de Barley por ter conhecido o pai e outras questões.
O feitiço “funciona”
Aqui começa a jornada de nossos personagens, que fazem o feitiço sem querer, voltando só metade do pai (pernas pra baixo). Assim, acompanhamos os dois irmãos em busca de uma gema – necessária para terminar o feitiço.
Barley guia, já que ele conhece todas as histórias mágicas, e vemos os caminhos, escolhas e motivações dos personagens para conseguir realizar essa missão.
A Mensagem
Sem spoilers do final ou coisa do gênero, irei me limitar a dizer:
O filme brinca com nossas emoções, no bom sentido da palavra, onde entendemos a paternidade, a cumplicidade e o companheirismo de maneira subvertidas.
O meio pai se torna uma figura cômica para a trama, com suas danças e comunicações não verbais, coisa que o filme também faz muito bem.
Mesmo assim, a história é cativante o suficiente para te dar aquele “soco no estômago” quando chega o momento certo, aquela hora em que todos somos Ian, e todos sentimos exatamente o que ele sente.
Dan Scanlon fez algo parecido em Carros, mas em escalas e sentidos muito diferentes. Mesmo assim, em Dois Irmãos a maneira de contar a história consegue surpreender, não exatamente pelos acontecimentos mas pela mensagem.
Fácil considerar que esse filme é uma aula de como trabalhar o luto, de como enxergar a positividade nas coisas e de entender o amor em suas mais surpreendentes variações.
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