E tem mais terror chegando nos cinemas! 

Diferente do esperado It: Capítulo 2, Midsommar: o Mal não Espera a Noite é o terror que perturba, incomoda e cria angústia. 

Dirigido e roteirizado por Ari Aster, também responsável pelo fascinante Hereditário (filme excelente que eu sempre indico sempre que possível), Midsommar é outro estilo de terror. 

Hereditário e Midsommar tem em comum o fator da agonia, e só! A primeira dica então é: não vá esperando um Hereditário 2

Midsommar é difícil de explicar, mas vamos lá: 

O Enredo

Contando a história de Dani e Christian, casal que meio a muito caos resolvem viajar, junto dos amigos de Christian pra participar de um festival em um vila no interior da Suécia. 

Vale ressaltar que Dani não é necessariamente bem vinda nesta viagem, mas seu recente luto acaba convencendo Christian a convidá-la, até mesmo pensando que ela recusaria. 

Assim, o grupo viaja e a fim de estudar o local enquanto participam dos nove dias de festividades em um evento considerado “once in a life time” (apenas uma vez na vida, em tradução livre), já que ele acontece de 90 em 90 anos. 

Desta forma, o grupo se vê distante de uma sociedade urbana e acabam enfrentando terrores extremos vindos da cultura única do local.

Incomum

Primeira questão importante sobre esse longa é que ele é completamente incomum. 

Muito linear, ele é um filme longo que você sente, e sente muito, como se ele não terminasse nunca. 

Intencional? Acredito que sim! Diferente de filmes desinteressantes que simplesmente se ocupam de muito tempo de tela à toa (alô It: Capítulo 2), Midsommar trás todo o tempo arrastado como mais um incômodo.

Não surpreende inclusive, ele ser comparado com Mãe! de Darren Aronofsky, outro filme que usa do tempo de filme e do incômodo como arma. 

Perturbador

Difícil não usar esta palavra. Midsommar é visceral. A intenção de Ari provavelmente era causar, de maneira muito lenta, horror. 

Assim, o diretor te faz – principalmente pelo luto da protagonista – abraçar a personagem, e te coloca como uma pessoa do grupo ao seu lado. 

Logo, quando a coisa de fato começa a desandar, você desanda junto com ela. 

Chocante e explícito

midsommar

O fator diurno não é à toa. Realizar um terror onde as sombras não são as inimigas é complicado, e Ari faz com maestria. 

A produção é muito limpa, com tons claros e alegres, o que conversa de maneira inversa com todos os acontecimentos macabros. 

Assim, você, agora já parte do grupo de Dani, sente junto com a personagem que nada naquele local está correto, e que você talvez não consiga fugir.

Ao ler fugir, não confunda: Midsommar não é um slasher film com suecos perseguindo um grupinho na mata. 

Ele é tão intenso, que os personagens ficam atônitos, manipuláveis e completamente perdidos sobre o que fazer, como fazer e no final das contas, com quem fazer. 

E afinal, sobre o que fala Midsommar 

No contexto geral, é sobre a morte e como tratamos ela. É sobre o luto e como ele pode ser incrivelmente doloroso, e também poderoso. 

Ari trás sentimentos muito extremos para as telas, incluindo a felicidade. Não de Dani, claro, mas ao mostrar um cultura como a apresentada no vilarejo, cada passo do festival é uma conquista para eles, criando assim dois extremos: a conquista e a destruição. 

Além da morte, fala também de relacionamentos. Não apenas de começos e términos, mas como eles se desgastam, são frágeis e até mesmo dispensáveis. 

Apresenta como se apoiar em pessoas é tanto uma benção como uma maldição, e que estar junto não necessariamente significa estar presente. 

Assim, Midsommar cria situação muito intensas, violentas e angustiantes, e você, espectador, não consegue desviar os olhos. 

O que é o terror presente no filme?

É a apatia

Bom, essa é uma leitura (a minha) de como Midsommar pode ser interpretado e de fato classificado como terror. 

Atuando de maneira completamente psicológica, isso porque nem os famosos jump scares estão presentes, ele consegue te manter tão intensamente na história que você só vê o quão engajado você estava, quando o filme termina. 

Sentir-se na pele de jovens aleatórios, presos a céu aberto em uma cidade estranha, forasteira, com uma cultura completamente diferente em todos os sentidos é de fato, perturbador. 

A falta de sentimento das pessoas cria um ambiente de total preocupação. Vale ressaltar aqui que é de fato tudo cultural, já que a ideologia do povo local é o que de fato explica o comportamento que nós vemos. 

Mesmo assim, sentir-se dentro de tudo que acontece é estranhamento intimista, e isso é provavelmente a grandiosidade de Midsommar: o Mal Não Espera a Noite. 

Basicamente, Midsommar mostra que tem terrores que nós vivemos todos os dias, e que de uma maneira ou de outra, teremos que enfrentá-los mais cedo ou mais tarde. 

 

NOTA:  9 / 10 

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