Série conta a bizarra história de um crime à la Jogos Mortais

Baseada em um acontecimento real, a série documental “Gênio Diabólico” conta a história pra lá de incomum de um plano de assalto a banco ocorrido em Erie, nos Estados Unidos, em 2003.

Apoiado em uma bengala que na verdade era uma espingarda adaptada, o entregador de pizza Brian Wells entra tranquilamente em uma agência bancária para cometer o crime.

O que mais chama a atenção, no entanto, não era a arma que ele carregava: Wells estava com uma bomba-relógio no pescoço, tampada por uma blusa.

Ainda assim, conseguiu adentrar sem levantar suspeitas. Ele vai então ao balcão e anuncia o assalto, entregando ao atendente um bilhete com pedido de um alto valor em dinheiro vivo, mas adquire apenas parte dessa quantia.

Ao sair do banco, Wells logo é rendido pela polícia – que estava em grande número, incluindo com uso de helicópteros.

Neste momento, a imprensa chega ao local e começa a transmitir ao vivo a abordagem. Mas o que parecia ser apenas um assalto tradicional começa a se desenhar uma história misteriosa e macabra.

O entregador de pizza diz aos policiais que estava cumprindo ordens de terceiros e que, se não seguisse as orientações dos bilhetes que carregava, a bomba no pescoço dele iria explodir.

Os agentes não levaram a sério o aviso de Wells, até o momento em que começa o apito regressivo da bomba. Mas, já era tarde demais: o explosivo é detonado antes da chegada do esquadrão anti-bombas.

A polícia encontra os bilhetes da vítima e começa a lê-los.

Aí, o que já era estranho ficou ainda mais: os textos apontavam uma espécie de caça ao tesouro, em que Wells deveria seguir passo a passo as orientações para conseguir todo o dinheiro do assalto e assim desarmar a bomba – algo que remete à ideia de uma versão real do filme Jogos Mortais.

Ao mesmo tempo em que as investigações passam a revelar um crime muito bem planejado, duas outras mortes estranhas ocorrem num intervalo de três semanas, o que acende o alerta das autoridades sobre uma eventual ligação entre os episódios.

Além da complexidade do caso, as investigações ficam mais difíceis já que há uma “bateção de cabeça” entre as polícias (como, por exemplo, quem deveria apurar e quais linhas de investigações deveriam seguir) e a morte de um suspeito-chave.

O quebra-cabeça documentado em “Gênio Diabólico” vai até o julgamento dos envolvidos, sete anos após o assalto a banco e a morte de Brian Wells.

Apesar das condenações, a impressão é que fica é a de um caso que ainda não foi encerrado, com diversas perguntas no ar.

Gostinho de quero mais

Com apenas quatro episódios em uma temporada, a série é marcada por reproduções de cenas reais do caso (incluindo a transmissão da morte de Wells), gravações com falas dos envolvidos, além de entrevistas com autoridades e pessoas próximas dos investigados.

“Gênio Diabólico” se destaca principalmente pela atuação do diretor Trey Borzillieri – que acompanha de perto a bizarra história por anos, desde o assalto até a condenação dos envolvidos, além de atuar como um participante da trama.

Borzillieri mergulha no caso, chega a trocar correspondências por longo tempo com envolvidos no crime e faz inclusive descobertas que auxiliam o trabalho da polícia.

Por outro lado, a série poderia ser mais do que a investigação de um caso bizarro, adentrando em questões que permitiriam reflexões enriquecedoras.

Seria válido, por exemplo, uma análise a respeito do psicológico perturbado dos envolvidos e uma discussão sobre qual o papel da imprensa neste caso.

Vale ressaltar que a imprensa transmitiu ao vivo a morte de Wells, além da atuação secundária na investigação e a falta de cobrança quanto a atuação das autoridades.

Caberia ainda um olhar crítico ao desempenho da polícia (que bateu cabeça em diversos momentos e arquivou elementos importantes à investigação) e do poder judiciário – que pegou pesado com uma suspeita e aliviou para outros.

A série também não deixa claro quem seria exatamente o “Gênio Maldito”.

Ainda assim, trata-se de uma instigante série que vale a pena assistir – inclusive de uma só vez, já que ao todo “Gênio Diabólico” dura pouco mais de três horas.

Os episódios são alinhavados, de modo que ao terminar um desperta-se o interesse em continuar assistindo o próximo.

Borzilliere nos dá mais um exemplo de como a realidade muitas vezes supera a ficção e de como uma mente humana inteligente pode servir para causas tão perversas.

Aos amantes de histórias reais macabras e repletas de mistério, eis uma boa pedida.

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