Bem vindo ao Oasis!

Dirigido por ninguém menos que Steven Spielberg, o novo longa de ação que chega hoje (29/03) aos cinemas vem repleto de referências da cultura pop pra ninguém reclamar! 
Com um enredo simples, a história segue basicamente a famosa jornada do herói, de forma bastante linear e direta, sem se perder dentro de complicações amorosas ou irrealidades para o universo. Spielberg parece não se preocupar em desenvolver grandes enredos particulares para os personagens, nem mesmo para o protagonista Wade Watts (Tye Sheridan). Buscando desenvolver a trama e seus mistérios, o longa segue um ritmo acelerado e cativante e com um jeito visionário  atropelando quaisquer que sejam os links emocionais que poderiam ser desenvolvidos.
A história? Um game revolucionário que basicamente saciar as necessidades de seus players ( que no caso é toda a população mundial) que vivem em uma sociedade destruída pelo avanço digital. Se passando no ano de 2045, o longa mostra como a realidade virtual substituiu a realidade em si. Apresentando o jogo Oasis criado pelo endeusado Halliday (Mark Rylance), o objetivo dos jogadores é encontrar o Easter Egg escondido no game e herdar todas as riquezas de seu falecido criador assim como poder sobre o jogo.
Explicada de maneira coesa e simplista, toda a trama é apresentada no inicio e segue sem grandes mistérios até sua conclusão. Com bastante clareza, Spielberg mantêm a riqueza do universo criado de forma fantasiosa, completamente aberta a nossa própria imaginação. Ou seja, Oasis é um ambiente onde cada pessoa tem total liberdade de criar: cada avatar é desenvolvido por seu player de forma 100% personalizada, gerando assim um universo repleto de referências games, filmes, livros, etc. Do clássico O Iluminado de Stankey Kubrick à Hello Kitty, é incrível como mutável e irreverente o universo de Oasis pode ser. 
Por isso, o longa em toda sua extensão é uma fábrica de referências de encher os olhos, mas que em um contexto geral não satura ou sobrepuja a ideia central, mantendo-a sempre bem especificada e à desenvolvendo de maneira bem limpa. Isso implica em uma melhor administração do tempo de tela assim como permitindo maior versatilidade do próprio público em si, onde não é estritamente necessário conhecer de todas as referências presentes na trama, cada um identifica de seu próprio repertório e se satisfaz de maneira pessoal sem o problema de se perder por não identificar algo específico.
Com o problema de profundidade dos personagens, é natural que o enredo não te cative ao ponto de se identificar com eles, o que pode gerar certo tipo de apatia. O romance é, além de desnecessário, forçado. Ele não gera nenhum tipo de interesse e nem desenvolve empatia pelos personagens principais, serve apenas como um recurso mal utilizado que poderia ser facilmente descartado em prol de um foco maior em questões mais relevantes para o longa. 
Já a comédia é muito, muito bem trabalhada, ajudando a entregar cenas menos artificiais e arrancando boas risadas. Outro ponto forte são os efeitos visuais, que por se passar dentro de um jogo, cria esse ambiente digital que de alguma forma consegue te incluir nele, transmitindo a sensação de imersão e tornando toda a adrenalina das cenas de ação – que são ótimas – mais tensas. 
Podendo ser considerado raso ou não, O Jogador nº 1 é o tipo de filme que ultrapassa a necessidade de uma história perfeitamente elaborada, mas se sustenta dentro de suas maravilhosas cenas de ação e seus artifícios nostálgicos para trazer uma excelente experiência dentro dos cinemas.

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