CRÍTICA – TOMB RAIDER: A ORIGEM

Dos games para as telonas!

Com direção de Roar Uthaug, a nova adaptação da história de Lara Croft chega aos cinemas repleto de ação e fan services.

Desde muitos anos atrás, Hollywood vem tentando adaptar games para os cinemas em busca de novas franquias de sucesso. Longas como Assassin’s Creed (2017) e Warcraft (2016) fracassaram em criar longas memoráveis deste gênero específico de adaptação. Com uma visão similar de produção repleta de referências diretas aos games, Roar conseguiu desenvolver um trabalho diferente para sua possível franquia.

Desenvolvendo a história de Lara (Alicia Vikander) de uma maneira mais leve e irreverente, é claro como o público conseguirá se conectar com a personagem. Motivada pela busca pelo pai desaparecido, Lara usa de sua incrível inteligência e determinação para se encontrar novamente com ele custe o que custar. Guiada por este desejo, ela sai em uma jornada suicida em busca da ilha mitológica de Yamatai, fonte dos duros estudos de seu pai assim como seu ultimo registro de vida.

Incrível como Alicia da vida a personagem, mostrando toda sua vulnerabilidade assim como sua ferocidade ao enfrentar os enormes perigos que a cercam na ilha. Com um prato cheio para os fãs da franquia, cenas icônicas do game de 2013 (vencedor de vários prêmios) estão presentes no filme e são de encher os olhos de lágrimas.

O roteiro é bem alternado, em um momento acelera o ritmo freneticamente,  e com a ajuda da excelente trilha sonora da gás as cenas de ação, assim como toma seu tempo para mostrar as dificuldades e frágeis relações pessoais que a personagem tem durante o longa.

Diferente de como é apresentado nos games, Roar decidiu amenizar o grande grau de sofrimento físico que a personagem sofre, embora no longa ele ainda seja relativamente bem demonstrado. Seja por um desejo de diminuir o tempo de filme ou por não querer exigir tanto de cenas talvez não tão relevantes, o roteiro não peca em introduzir a poderosa força que a personagem possui e nem exagera no empoderamento que a personagem recebe.

Os efeitos visuais são um problema: em diversas vezes ele é mal produzido e acaba com um pouco da intensidade da cena por parecer artificial demais. Dominic West, ator que interpreta o pai de Lara, Lord Richard Croft, nao consegue transmitir tão bem a intensidade dos sentimentos que seu personagem possivelmente estava vivendo, entregando uma atuação muito inferior a da protagonista e tornando seu personagem levemente desinteressante, o que se refletirmos sobre sua importância para a trama, se torna um ponto negativo do filme. O Antagonista Mathias Vogel (Walton Goggins) também não cria tanta empatia (ou apatia) quanto deveria, e mesmo com suas motivações claras e sua personalidade excêntrica, não entrega tão bem o horrores que seu personagem ditador tinha a oferecer.

Mas independente de problemas visuais e de construções de personagens, o novo longa consegue ser penetrativo e bem referenciado, cheio de ação e muito imersivo. Uma adaptação de game realmente boa que merece conquistar mais espaço nas grandes telas de Hollywood e do mundo.

Nota do crítico:   4 / 5

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