Uma divertida e estelar adaptação da obra de Agatha Christie.

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Adaptações de obras literárias são extremamente comuns em Hollywood, principalmente hoje em dia. Em alguns casos essas obras são revisitadas inúmeras vezes e pelos mais diversos autores, “Assassinato no Expresso do Oriente” é um desses. O livro já tinha sido adaptado para os cinemas em 1974, sendo indicado a 6 Oscars, e outras 3 vezes para a televisão, incluindo uma versão da japonesa.

A nova versão é dirigida por Kenneth Branagh, e conta com o mesmo no papel principal do detetive Hercule Poirot. O filme se passa em 1930 e retrata uma investigação de Poirot em cima do assassinato de Edward Ratchett (Johnny Depp) durante uma viagem a bordo do Expresso do Oriente, e que acaba colocando todos os viajantes como suspeitos do crime.

O filme tem uma direção formulaica de Branagh, sem arrojo no usos de câmera ou mudança de perspectiva. Ele sofre de uma falta de identidade, e por ser baseado em um suspense falta aquele tom de urgência para a solução do crime, gerando uma sensação de estagnação na história. É visível a falta de tato do diretor para criar essas situações, o que acaba diminuindo o roteiro bem enxuto de Michael Green.

O que o diretor conseguiu extrair bem do texto de Green foi a construção dos personagens e os diálogos. Atrelado ao elenco estelar que conta com Daisy Ridley, Penelope Cruz, Judi Dench, Olivia Colman Michelle Pfeiffer e Willem Dafoe, é um deleite ver as situações que ele usa para construir cada personalidade e associado ao estilo teatral de Branagh, vemos grandes atuações. Destaque para o próprio diretor, que encarna um Hercule Poirot sarcástico e perspicaz, sem parecer exagerado.

A direção de arte e figurinos são exemplares e nos desempenham com esmero a função de nos transportar pro início do século XX. É um trabalho impecável em termos de detalhes e ambientação, onde percebemos o cuidado de Kenneth Branagh em ser fiel as descrições de Agatha Christie.

No geral é um bom filme que tem a assinatura de Branagh da direção, e infelizmente esse é o problema do filme. Uma direção extremamente simples, que não utiliza tudo que o roteiro de Michael Green lhe entrega, e acaba saindo um filme sem identidade. É um bom entretenimento com um belo roteiro baseado em um dos melhores de best-sellers de Agatha Christie e seu principal detetive Hercule Poirot.

Nota: 3/5

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