CRÍTICA: “OS DEFENSORES”

Grande encontro dos heróis suburbanos da Marvel só acerta na interação dos personagens.

O que era para ser ápice de todo esse universo das ruas, que começou bem com as duas temporadas de Demolidor e a primeira de Jessica Jones, acabou se inspirando mais na bagunça que foram a segunda metade de Luke Cage e nos 13 episódios de Punho de Ferro. Talvez por ser diretamente ligada ao defensor de Kun’Lun, fomos apresentados a um excesso de atalhos de roteiro, coincidências e plot sem sentido.

Em “Os Defensores”, somos apresentados a mais membros e ramificações do Tentáculo conhecemos sua verdadeira líder, Alexandra (Sigourney Weaver), que está com uma doença terminal e a princípio tem um plano de destruir Nova York, mas sem um motivo aparente. Os quatro heróis tem que impedir esse plano dela e a partir de quatro diferentes acontecimentos paralelos, veem seus caminhos se encontrarem em prol desse grande evento.

A série tem mais erros que acertos, os principais giram em torno do Punho de Ferro, além de ter a temporada mais fraca, é o pior personagem em tudo, desde seu desenvolvimento até suas linha de diálogo. E os roteiristas sabendo disso, enfiaram piadas e tiradas dos outros personagens em cima dele, beira um amadorismo sem tamanho. Como ele é o fio condutor do enredo, são oito episódios de uma bagunça imensa, bem como Danny Rand.

Os desacertos persistem nas escolhas técnicas equivocadas, começando pelo tipo de iluminação e o tom da fotografia para cada personagem, vermelho para as cenas do Demolidor; verde do Punho de Ferro; amarelo para o Luke Cage e azul para Jessica Jones. É uma cafonice sem tamanho, e de novo demonstra um amadorismo, isso só persiste por pelo menos 4 episódios. Outro equívoco, são as cenas de lutas, ao invés de pegarem referência na série do demônio de Hell’s Kitchen, principalmente as sequências nos corredores, de novo vemos a inspiração no lugar errado, na série de Danny Rand e suas coreografias nada realísticas e extremamente circenses (no pior sentido da palavra).

Dentre os diversos erros, é possível enxergar coisas boas e ver um bom futuro para os quatro personagens. Jessica Jones é a melhor personagem da série de longe, qualquer cena com ela funciona e faz todos os outros em volta pegarem no tranco. A interação entre os Defensores funciona muito bem, são os únicos momentos que vemos um esmero maior do roteiro. Por um milagre divino conseguiram construir um diálogo bom de Danny Rand e Luke Cage, mas tudo por causa do tema abordado por Cage sobre as diferenças de chances entre os rico e pobres, ponto para o Power Man.

O Demolidor é o que tem mais envolvimento na trama depois do Punho de Ferro e com certeza é que teve mais desenvolvimento, muito por causa das duas ótimas temporadas e suas consequências.Vemos um Matt carregando a culpa pelo que aconteceu com Elektra, e isso fez com que ele se afastasse de Karen Page e Foggy. Com o que se desenrola na série, veremos um belíssimo caminho para a terceira temporada. Mas como tudo na temporada tem algum erro, eles pesaram a mão no excesso de drama em cima dele e quando ele faz algo para ir contra isso não soa verdadeiro.

A série prometia ser “Os Vingadores” do Netflix, mas passou bem longe. É um declínio visível desde a segunda metade de Luke Cage e em toda temporada do Punho de Ferro, como se tivesse feito a série as pressas, apenas por obrigação. Pensando bem, foi um erro terem anunciado as quatro séries para um período de 2 anos, culminando nos Defensores. Tudo parece jogado e acelerado para tentar fazer sentido, e faz, mas de um jeito bobo e preguiçoso. O que fica de bom da temporada são as interações entre os quatro, o que pode render boas participações, e os gancho deixados, pelo menos três, para as próximas temporadas solo de cada um.

Que a Netflix tenha calma e não se apresse para produzir as próximas aventuras desses quatro heróis, por que material base e potencial para isso já foram mostrados.

Nota: 2,5/5

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