CRÍTICA: DUNKIRK

Christopher Nolan esbanja qualidade técnica para drama de sobrevivência ambientado na segunda guerra.

Em “Dunkirk”, vemos a história de um grupo de militares ingleses e franceses cercados pelo exército Alemão no norte da França, e a luta deles para conseguir sobreviver e fugir do cerco. Com um elenco que mescla veteranos como Tom Hardy, Mark Rylance e Kenneth Branagh, com os jovens Fionn Whitehead, Barry Keoghan e Harry Styles, cantor ex One Direction, ele acompanha três grupos em momentos e localidades distintas durante suas missões de sobrevivência e resgate.

É um espetáculo visual e sonoro, Nolan consegue passar toda aflição e caos de um cenário de guerra em grandes proporções, como também passar a claustrofobia e desespero em menores escalas. Um raro filme de guerra com classificação 14 anos, que consegue passar todo drama e sofrimento sem mostrar vísceras, sangue e uma violência extrema, recursos corriqueiros nesse estilo.

Para poder passar a tensão e manter o filme sempre em sentido de alerta, o principal responsável é o compositor Hans Zimmer e sua trilha simplesmente impecável. Como nas outras parceiras com Nolan, Zimmer criou uma trilha pesada, densa, repleta de graves e trombetas, como se anunciando que o fim das tropas estava chegando, um clima de apocalipse recorrente. E para somar com esses elementos, ele deixa um tic tac, bem parecido com de uma bomba prestes a explodir, um detalhe que reforça a tensão que o longa transmite.

O diretor já tinha entregado belíssimos filmes, com visuais incríveis, o que se tornou uma de suas principais características, e aqui não foge da linha. Uma fotografia azulada, deixando o filme com o ar de depressão necessário para retratar a história dos sobreviventes. Quando ele decide mostrar o lado do resgate, ele altera a paleta de cores para um visual mais vívido, para passar um ar de esperança. Uma riqueza de detalhes para alterar o clima do filme nesses dois pilares que o conduzem.

O fato mais impressionante em meio a tantos outros, é a questão do som, tanto da captação, quanto da inserção de pós produção. É um trabalho magnífico, principalmente nas cenas com plano fechado, que ele nos transporta para lugar dos personagens, e escutamos os aviões, explosões e tiros, como se estivéssemos no campo de batalha. Reforçando a importância que Chris Nolan dá oa transmitir a veracidade ao espectador.

Em “Dunkirk”, ele prefere recriar o que os soldados sobreviventes e seus salvadores viveram, do que simplesmente contar o ocorrido, e faz com isso com maestria, mas quando tem que inserir dialógos e acaba pecando em repetir sua mania de sempre explicar tudo.  Nolan trabalha tão bem visualmente e sonoramente, que consegue transmitir todos os sentimentos possíveis de uma guerra, mas esses deslizes acabam te tirando do filme, mesmo que poucas vezes.

Apesar disso, é um dos trabalhos mais coesos do diretor, e sem dúvidas o que mais se arrisca tecnicamente e cumpre esplendidamente seu papel de nos teleportar para as areias de Dunquerque durante o cerco ao exército britânico. É o blockbuster mais audacioso do ano até agora, por contar uma história desconhecida do grande público, usar três linhas temporais para construir a narrativa, e apostar em um espetáculo visual casado com uma trilha apocalíptica para levar o espectador a vivenciar essa experiência.

Nota: 5/5

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