CRÍTICA: LOGAN

A saga de Hugh Jackman como o mutante carcaju termina da melhor forma possível

17 anos atrás estreava o primeiro filme dos X Men, responsável pelo revival dos longas de super heróis, e nos apresentando um australiano de quase 2 metros de altura na pele do mutante ranzinza, baixinho, peludo e completamente bestial,. A primeira vista foi estranho, pois todos estavam acostumados essa imagem de Wolverine, mas como tempo, Hugh Jackman  se tornou a versão oficial de Logan, aquela que todos conheciam e os fãs antigos aceitaram, mesmo com filmes nem tão bons e que não representavam o personagem em sua essência. E o mais importante, Hugh aceitou de bom grado esse fardo de ser o mais importante dos X Men, e como já disse, não conhecia nada das HQs, e se tornou fã de seu próprio trabalho, buscando desde o primeiro filme solo, a essência violenta, pesada e sofrida de James Howlett, o Wolverine.
Infelizmente somente no seu último filme como Logan, que ele pode alcançar isso, pois finalmente estamos na era que o grande público aceita um filme com super heróis com classificação para maiores e os estúdios estão perdendo o medo de investir nessa categoria. Mas essa espera valeu a pena, e nos foi entregue um mix de várias fases dos quadrinhos do mutante, podemos ver o Wolverine raivoso, decepando cabeças, como nas fase clássicas dos anos 80 e partes das versões mais recentes, como “Velho Logan”, onde apresenta um herói que não quer mais liberar as garras, que carrega uma culpa pelo fim dos mutantes, e essa representada tanto fisicamente quanto psicologicamente.
James Mangold retorna à direção após um razoável “Wolverine Imortal” e nos mostra um futuro distópico, onde não existem mais mutantes e Logan trabalha como motorista para cuidar de um debilitado Professor Xavier (Patrick Stewart), outro que se despede da franquia. Tentando levar essa vida sem usar suas garras e abdicando tanto de seu codinome de guerra, quanto da alcunha do Wolverine. Eis que surge uma garota mutante bem parecida com ele, Laura ou X 23 (Dafne Keen), que está sendo perseguida pela gangue dos carniceiros, liderados pro Donald Pierce (Boyd Hollbrook) e Dr Zander Rice (Richard E. Grant), responsável por dar o gene mutante para Laura. Então Logan vê o dever de proteger alguém bater a sua porta, e parte com Xavier e a garota para Dakota do Norte, pois ela acha ser um lugar para os mutantes.
O filme é um road movie focado nas emoções e relações entre o trio principal, e com um visual melancólico que representa bem como Logan vive. Sem esperanças, com seu fator de cura não sendo mais o mesmo, cuidando de um Xavier a ponto de entrar em colapso, podendo matar o mundo todo e carregando uma culpa sobre algo que aconteceu com os X Men, que o diretor deixa a interpretação do espectador. Ele coloca um Wolverine em uma posição tão frágil, explorando todos os sentimentos que o personagem tem em relação as consequências de seus atos, e principalmente com a questão de ter perdido tudo que ele gostava e tentava proteger, e isso cria um sentimento de recusar que pessoas entrem em sua vida.

Mangold abandonou as dezenas de sequências de ação rotineiras dos filmes com super heróis, e colocou apenas algumas pontuais e completamente justificáveis, e que reforçam a visão de um Logan sem vontade de lutar e extremamente debilitado. E nessas cenas o uso da violência é gratuito para justificar a censura, mas é um fanservice para compensar a espera de 17 anos para ver o Wolverine decepador de membros. E com bastante coragem de expor a pequena X 23 em praticamente todas essas lutas para ser o contraponto do protagonista. Se o Logan tem golpes mais lentos e pesados, as partes de acrobacias e agilidade ficam por conta dela, que é muito mais que uma ajudante de luxo para ele.

“Logan” ficará marcado como a versão definitiva do Carcaju no cinema e como uma bela forma de homenagem para Hugh Jackman e seus 17 anos de serviço prestados no papel de Wolverine. Vários altos e baixos nesse tempo, mas se tem alguém que saiu ileso disso tudo foi ele, conseguindo unir diversas gerações de fãs dos X Men, tanto os mais antigos quanto os que conheceram o mutante no cinema. Merecia um despedida em alto nível e conseguiu.

Nota: 5/5

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