CRÍTICA: ESTRELAS ALÉM DO TEMPO

O conto de fadas das três matemáticas responsáveis por levar o primeiro americano à órbita da Terra.

O cinema tem diversas funções para os mais diferentes de público, e criam sentimentos dos mais variados em cada um. Alguns filmes tem a função de ser uma válvula de escape pro cotidiano, nos levar para mundos fantásticos, para nos fazer sonhar em salvar mundo e outros apenas para fazer o tempo passar. Mas o que mais impressiona, é a quantidade de histórias reais que são fantásticas que não conhecemos nem um terço delas, e que nos fazem olhar com outros olhos para fatos que já são impressionantes por si só, como aqui em “Estrelas além do Tempo”. 
Katherine Goble (Taraji P. Henson), Dorothy Vaughan (Octavia Spencer) e Mary Jackson (Janelle Monáe) são matemáticas que trabalham na NASA em um ala só para negras, e são chamadas de “computadores”. No auge da Guerra Fria, a Rússia enviou seu primeiro astronauta na órbita terrestre, e para correr atrás, os EUA iniciam um projeto para também conseguir o mesmo feito com o piloto John Glenn (Glenn Powell). Essa força tarefa é liderada por Al Harrison (Kevin Costner), e as três são recrutadas para desempenhar diferentes e importantes papéis nessa missão, e elas tem que combater o preconceito de serem mulheres e negras, no meio da chamada “ala branca”.
Dirigido e roteirizado por Theodore Melfi, que só tem o apenas bom “Um Santo Vizinho”, leva o filme com extrema cautela, vai no caminho mais fácil, usando de algumas situações bem clichês de filmes sobre a independência feminina ou luta contra o racismo, que deixa no ar “lá vai a mesma história de superação de sempre”. Isso acaba não dando o enfâse e o peso histórico que o longa tem, e isso acaba de uma forma prendendo o trio principal, que tem uma química incrível, mas não usa todo seu potencial, principalmente Taraji P. Henson, que tinha o papel com maior carga emocional, e acaba sendo bastante deixado de lado.
Mas um fato a se aplaudir, é que mesmo tirando toda a carga que o filme podia ter, ele transforma as discussões que ele apresenta em alívios cômicos, são situações engraçadas para as personagens, mas que deixam um ar de “não era pra rir disso”. Foi o caminho que ele escolheu para contar essa  história, e o filme não tem medo disso, não apelando para cenas que tendem a forçar o choro do espectador. O filme é quase um conto de fadas e fazendo uso dessa comédia bem leve mesmo com um contexto histórico impressionante, é o fato que cative um maior público. Mesmo faltando coragem de aprofundar mais nos dramas que elas sofreram, “Estrelas além do tempo” é um filme indispensável para conhecer um outro lado de uma história que já foi contada e recontada nos livros de história, e dar o devido valor a essas três mulheres que superaram e enfrentaram homens brancos, no auge das marchas contra a segregação racial de Martin Luther King.
Nota: 3,5/5

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