Paulo Gustavo volta aos cinemas como a Dona Hermínia nessa nova obra que te traz risadas gostosas e uma impecável tonalidade de realidade que dá gosto de ver.
Depois de dois anos de espera a aguardada continuação de uma das obras mais bem sucedidas de Paulo Gustavo tanto nos teatros como nos cinemas, volta trazendo um desfecho intrigante e espelhando a realidade das mães durante o ciclo de criação de seus filhos. O elenco continuo contando com os personagens que participaram do longa anterior, alguns personagens como a de Ingrid Guimarães não estiverem presentes durante o filme, e introduz novos personagens como a irmã de Dona Hermínia que mora em Nova Iorque. Ainda assim a produção conta com a participação especial de Fátima Bernardes e o marido do ator Paulos Gustavo. A direção ficou nas mãos de André Pellenz.
O enredo continua trabalhando com o sucesso que Dona Hermínia faz na TV, fato este que começou no final do primeiro longa, entretanto o foco do enredo não gira em torno disto e sim na vida cotidiana da personagem juntamente com sua família e seus momentos histéricos e únicos que são características fortes de sua personalidade. As mudanças decorridas do sucesso não são muitas, apenas questões de cenários e dentre outros. O enredo também não deu seguimento e nem mesmo uma continuação 100% fiel ao desfecho do primeiro filme, deixando de lado, dentre outras coisas, o pedido de Carlos Alberto (Herson Capri). Pelo o que deixa bastante claro alguns anos se passaram desde então, o que pode ser percebido pelo tamanha e idade que o neto de Dona Hermínia já tem.
Além disso, como já esperado o enredo roda muito em volta do crescimento dos dois filhos da protagonista e seus dramas juvenis. Juliano (Rodrigo Pandolfo) já está formado na faculdade e se vê em um momento de conhecimento, o que parece um pouco forçado dentro do enredo, uma vez que anteriormente ele já era um garoto gay decidido, entretanto dessa vez o enredo trabalha muito com a ideia de que ele esta começando a conhecer sua identidade sexual a fundo. Mesmo assim, o personagem não perde sua importância e mantém alguns traços para a trama principal. Já Marcelina (Mariana Xavier) dá seguimento ao seu crescimento que começou a apontar no primeiro longa, onde ela finalmente decide seguir um rumo e abrir asas para o mundo.
E por falar de “abrir asas para o mundo” chegamos ao foco principal de toda a trama! A continuação lida com o momento em que as mães veem seus filhos seguirem suas vidas e arriscarem sair para o mundo. E, com uma incrível habilidade, Paulo Gustavo consegue passar essa realidade na dose certa e fazer o telespectador sentir o que todos os lados sentem, tanto como mãe, como filho. O filme transmiti uma mensagem bonita, e mantém sempre o humor único que conhecemos do filme anterior, deixando o enredo leve e descontraído. Mesmo assim alguns momentos parecem um pouco empurrados demais dentro do conjunto das cenas e isso nos deixa um pouco desconfortável, mas, felizmente, são poucas as vezes que isso acontece.
Diferentemente de outras comédias brasileiras, Minha Mãe é uma Peça 2 é um filme divertido, suave, e até mesmo bonito de se ver. A técnica de filmagem nos proporciona cenas de ângulos bons, e a fotografia ficou mais clara e viva do que era no primeiro filme. Em questões de entretenimento e outros fatores,é um ótimo filme para ver.
Nota: 4/5
