CRÍTICA – WARCRAFT

Muito fanservice pra pouca história.

Quando começaram a sair notícias de que a Blizzard estaria envolvida em todo o processo de criação de Warcraft, todos os fãs se animaram com a possibilidade de finalmente acertarem em um adaptação dos mundos das games para a sétima arte. Escolheram um diretor familiarizado com jogo, Duncan Jones, e garantiram que o filme seria completamente fiel ao universo criado a quase 20 anos e que todos se sentiriam da mesma forma de quando jogaram o jogo pela primeira vez. Infelizmente esse foi seu maior problema.

A história começa com os Orcs, liderados por Durotam do clã dos lobos de gelo, fugindo em direção a Azeroth em busca de uma nova terra para colonizar, pois as estava completamente destruída. Essa que é regida pelo Rei Llane e protegida pelo seu primeiro comandante Anduin Lothar e pelo mago guardião Medivh, que tem que enfrentar essa orda de invasores, enquanto o mago Orc Gul’dan tem outros planos para essa invasão.

Pela premissa apresentada seria um filme de fácil desenvolvimento narrativo e com dificuldades apenas nos efeitos para criação dos orcs e de todo o mundo de Azeroth, mas ocorre exatamente o contrário. Os efeitos foram impecáveis, o nível de realismo dos Orcs é de assustar, as magias executadas, a cidade de vento bravo, é um passo a frente em questão de CGI, pela vasta quantidade de cores lembra bastante Avatar de James Cameron, e mostra ser uma evolução gigante da experiência de Pandora. Para quem jogou os jogos, principalmente WOW, várias cenas lembram os cinematics de lançamento de expansões, o que pode ser problema para alguns espectadores.

O problema que só o visual do filme não sustenta o fraco roteiro, o desenvolvimento quase nulo de grande parte dos personagens, incluindo o líder principal do lado humano da guerra. O filme se perde logo na primeira cena de interação entre os humanos, ele simplesmente joga os personagens em cena falando seus nomes e pronto, nenhum background, uma explicação minima de como chegaram até ali, nada, não tenta criar uma ligação entre o público e os personagens.

No lado dos orcs eles fazem essa introdução no início, e de forma bem feita, mas depois eles são tratados apenas como coadjuvantes, dando foco apenas em Gul’dan, que tem um certa relação esquisita com Medivh, que o filme ele não faz questão nenhuma de citar. Jogam a mitologia dos Orcs e tudo que contaram nos primeiros 15 minutos de filme pro espaço.

O filme é cheio de fanservice, nomes citados, personagens que aparecem ao fundo, magias usadas, cenas retiradas de cinematics, o fã de WOW irá se deliciar pelo nível de comprometimento em relação ao universo. Mas nem só de jogadores é o público, se a ideia era apresentar o universo de Azeroth para a grande massa o filme falha, muitas pessoas sairão do cinema como se fosse apenas mas filme de fantasia com bons efeitos.

Mesmo com isso, é de parabenizar a Blizzard pelo envolvimento direto em tudo que cerca o filme e para o diretor Duncan Jones, que é um nerd de carteirinha e que sempre jogou os jogos. Se o filme tem pontos positivos são todos as graças a ele, em todas as entrevistas ele mostrou como estava feliz fazendo o filme e mostrando que era o cara certo para fazer. E por ser muito fã da franquia, talvez errada a mão no fanservice, mas isso é o caminho comum até acertarem de vez.

Já é um grande passo nas adaptações de games, não é uma grande maravilha, mas dá pra se divertir assistindo, é uma grande experiência em CGI, mas ainda tem um longo caminho até chegar onde as adaptações de quadrinhos chegaram. Quando perceberem que são mídias diferentes, que os jogos são apenas o material base e que não precisam replicar tudo, iremos ter um excepcional filme vindo dos video games.

Nota: 2,5 / 5

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