CRÍTICA: X-MEN APOCALYPSE

Fox enfim entrega ao público um filme digno de X-MEN
Por: Stefano Marchesini 

Quando lembramos de X-Men, filme lançado no ano 2000, dando inicio a uma trilogia contestada pelo seu enredo, sua execução, sua fidelidade aos quadrinhos e desenhos animados, tendemos a tratar tudo posterior com certo preconceito e desdém. Mas essa injustiça não pode ser cometida. Durante esses 16 anos de produções da Fox, entre Patrick Stewart e James McAvoy – e muito, muito Hugh Jackman – erros e acertos aconteceram com o grupo de mutantes mais famoso do mundo. E, sem dúvidas, X-Men – Apocalypse é o maior acerto.
O filme tecnicamente é perfeito. Fotografia, sonoplastia, computação gráfica, trilha sonora. Tudo extremamente bem produzido. O elenco não fica atrás, atuações surpreendentes e cativantes. Até mesmo o excesso de Jennifer Lawrence – convenhamos que a Raven/Mística nunca foi isso tudo – dos últimos filmes foi corrigido. E o enredo… bom…


X-Men sempre trabalhou com dicotomia extrema: bem e mal, humanos e mutantes, controle de poderes e anarquia total. Em X-Men Apocalypse isso também existe, claro. Mas em total segundo plano, afinal, dessa vez eles tem que ser heróis, impedir a destruição mundial, enfrentar um vilão tangível e bastante poderoso, que sobressaiu em toda vilania possível (mesmo com todas as críticas prévias – e infundadas – sobre seu visual).
Nem tudo são flores, claro. X-Men segue tendo como problema sua linha temporal confusa. A mescla de elementos da primeira trilogia com a segunda, as participações (e até mesmo a origem) do Wolverine, ora como principal, ora como coadjuvante, confundem até os fãs mais apaixonados. Bryan Singer parece sempre querer explicar demais dentro das poucas horas que a telona proporciona. E acaba por complicar a cabeça de todos.
Por aqui, termino meu comentário sobre o filme, de forma geral, sem spoiler. Se você já viu o filme, ou não liga de receber spoilers, o que você lerá daqui pra baixo fica por sua conta e risco.
SPOILER ALERT (ON)
“O terceiro é sempre pior“, disse Jean Grey. Bom, posso concordar com ela se o parâmetro for a primeira trilogia (seja de Star Wars, ou do próprio X-Men). Mas ela se enganou completamente em relação a Apocalypse. O filme apresenta coisas que todos, há algum tempo, esperava: um Ciclopes realmente overpower, que agrade até aqueles que não gostam do personagem; um Professor Xavier menos demagogo e cheio de frases prontas e mais ativo, poderoso, orgulhoso; uma Jean Grey poderosa, sem limites e – o mais importante – sem mimimis.

E Jean Grey é mesmo a grande sacada de X-Men – Apocalypse, ganhando corpo e importância na hora certa, saindo do ostracismo e aparecendo como fundamental no desenrolar final do filme. Ao contrário da primeira trilogia, temos uma Phoenix digna da sua real importância no mundo dos mutantes.
As grandes sacadas de humor ficam por conta do Mercúrio, o que já era esperado. As cenas em slow motion sempre causam furor, frenesi, êxtase em quem assiste. Sempre um ponto para a Fox nesse quesito.
A participação curta e confusa do Wolverine é a dúvida que paira na minha cabeça. Não sei se foi bom ou ruim. Necessária ou não. E remete à minha maior crítica até então: linha temporal. Mais uma vez lidamos com a origem da Arma X e tudo aquilo que cansamos de ver e rever desde 2000.
Mas o ponto mais baixo fica por conta dos coadjuvantes: esperava mais de Arcanjo – até mesmo sua origem ficou fora de contexto – Psylocke e Tempestade. Por serem “Cavaleiros do Apocalipse”, mais de suas forças e habilidades poderiam ser aproveitadas.
SPOILER ALERT (OFF)
Enfim, X-Men Apocalypse vale o ingresso, a pipoca e o refri. É, na minha opinião que fique claro, o melhor filme já feito em relação aos mutantes. Um filme pesado, totalmente diferente dos atuais blockbusters de super-heróis que invadem as telonas. Encerrando com chave de ouro a trilogia que melhor retratou o grupo de super-heróis mais icônico da minha geração. Ah, já ia me esquecendo… O pós-créditos já fez a ligação e que venha (mais um) filme do Wolverine.

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