[CRÍTICA] DEADPOOL 2 ACERTA AO FAZER MAIS DO MESMO

Sequência aumenta a qualidade das piadas, mas peca ao tentar ser dramático.

Ryan Reynolds pegou todo mundo de assalto ao fazer o possível para produzir um filme sobre o mercenário tagarela em 2015, e fazendo um sucesso estrondoso com a crítica e o público. O filme foi um fenômeno cultural em todos os sentidos, revolucionando a forma como o marketing era feito pelos estúdios. Além disso mostrou que filmes de super heróis podem fazer grandes bilheterias mesmo com a classificação, abrindo caminho para “Logan” e futuros filmes R-Rated
“Deadpool 2”  é dirigido pelo coordenador de dublês David Leitch, que dirigiu os ótimos “John Wick” e “Atômica”, e foi contratado para aumentar  nível das sequências de ação. O filme mostra Deadpool (Ryan Reynolds) vivendo com seus super poderes, enquanto busca constituir um família com sua esposa Vanessa (Morena Baccarin). Ele vê seus planos adiados com a chegada de Cable (Josh Brolin) do futuro, que busca matar o garoto Russell (Julian Dennison) antes que ele se torne um tirano em seu tempo. Com isso Deadpool formará uma super equipe para defender o garoto.
O filme repete o que deu certo no primeiro longa, piadas extremamente bem colocadas e fazendo referências a tudo que se imagina sobre cultura pop. É o mais do mesmo, mas é inegável o timing cômico de Reynolds, ele é hilário em todos os seus momentos. O filme brinca menos com a quebra da quarta parede, o que foi um marco em seu primeiro filme, e não perde em nada com isso. O grande acerto de Deadpool é fruto de sorte também, nos últimos anos a grande quantidade de filmes de heróis gerou diversas oportunidades de criação de piadas.
Leitch conseguiu elevar os combates exponencialmente, as coreografias são bem melhores, alinhando sequências em câmera lenta ou com cortes rápidos, são extremamente visuais e mantém a violência apresentada no primeiro. O diretor apresentou uma significativa evolução em “John Wick” e “Atômica“, mas em “Deadpool 2” ele parece ter estagnado seu estilo. Nos dois primeiros não possuem muito CGI, o que pode ter facilitado e aqui ter feito ele ter que se adaptar e busca um caminho diferente, que funciona, mas fica faltando algo.
O filme apresentou diversos novos personagens,o principal em Cable, que funciona em algumas situações, mas em outras parece ser apenas mais um brucutu. Ele apresenta um background dramático que serve como motivação, mas fica nisso, o personagem pouco evolui e tem uma conclusão extremamente funcional e questionável, servindo para um possível sequência. Em compensação, sua dinâmica com Deadpool é hilária porque o filme foca na diferença de personalidade dos dois: Um cara sério, com o mínimo de humor possível, tendo que conviver com uma metralhadora de piadas, não tinha como dar errado.
Mesmo o marketing focando em Cable, quem rouba a cena mesmo é a Domino (Zazie Beetz) e seu poder de sorte. Ela também é um personagem bem raso e que serve como atalho do roteiro para estabelecer uma conexão com o passado do garoto Russell, mas nas sequências de ação, e principalmente com seu humor sarcástico, ela rouba toda a atenção em suas participações. Beetz só confirma que seu momento é espetacular, e já mostra que possui tato pro humor, pois essa personagem é completamente o oposto do que ela apresenta em “Atlante”.
Com um orçamento maior (o filme até brinca com isso), tem um evolução significativa no uso de CGI, que foi um problema no primeiro filme. Ele mantém sua trilha sonora como personagem e funciona bem novamente, e a escolha de Tyler Bates, responsável por todos os filmes de David Leitch e pelos dois “Guardiões da Galáxia”, foi acertada.
Como dito no início, o filme acerta ao repetir o que deu certo no primeiro: o humor e a violência, mas infelizmente erra ao adicionar tons dramáticos a trama. Tentando trazer profundidade e buscando ser um fator motivador para mover a história, acaba falhando. Em diversas sequências que deveriam ser mais tristes, o filme busca fazer piadas, deixando um ar estranho, e criando diálogos rasos e bem disconexos. Além disso, ele não se preocupa em expandir seu universo, mesmo apresentando personagens novos, ele mantém sua história bem contida, o que pode gerar diferentes opiniões.
“Deadpool 2” segue seu antecessor ao fazer paródias de filmes de super heróis, brinca com a expectativa que os trailer causam no público, e mostra que o Ryan Reynolds se tornou de vez o dono do personagem. É um filme que quando busca fazer o básico de divertir com violência, acerta em cheio, e quando tenta ser profundo, erra muito. Portanto, fica uma lição para as futuras sequências, se contentem em fazer o básico que dá certo.
Nota: 3,5/5
PS: Tem cenas duas cenas pós créditos e algumas participações especiais hilárias, preste bastante atenção.

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