CRÍTICA – MÃE!

Dirigido por Darren Aronofsky, o novo longa do diretor conhecido por seus filmes peculiares e muito bem característicos como Cisne Negro e O Lutador entra nos cinemas para apresentar um terror psicológico e agonizante.

Jennifer Lawrence interpreta Verônica, uma dona de casa que ama e faz tudo por seu marido. O filme é praticamente todo no ponto de vista da protagonista, onde a câmera dança entre seus ombros, rosto e campo de visão. Esta técnica, muito característica de  Aronofsky tem seus prós e contras: Deixa todo o desenvolver da história de forma mais pessoal, onde sua conexão com a personagem é naturalmente maior, ao mesmo tempo que as vezes trepida demais e dificulta a visualização dos acontecimentos ou de detalhes, reforçado pela fotografia fria e escura que o longa carrega.

Devido a grande variação de movimento das câmeras, o longa cansa um pouco, parecendo ser maior do que realmente é. Já a história é desenvolvida sem muito controle, criando muita aflição durante o decorrer do desenvolvimento e mostrando toda a impotência e passividade da protagonista nos acontecimentos estranhos que ocorrem dentro de sua residência. O curioso fato de não apresentar os personagens por seus nomes, mostra ainda mais a falta de controle da protagonista e cria um ar mais misterioso.

Javier Bardem e Ed Harris trabalham um relacionamento paterno quase surreal, onde o nível de confiança e a proximidade se estabelecem de uma forma natural e bizarra ao mesmo tempo, permitindo que nós telespectadores nos identificarmos mais ainda com a protagonista e suas insatisfações e inseguranças. Michelle Pfeiffer é inserida em cena para criar maior desconforto ajudando muito no desenvolver da narrativa, mas sua função é principalmente contrastar a relação entre sua personagem e a de Lawrence, onde a inocência e a provocação mescladas com o aparente comportamento passivo-agressivo das personagens fica extremamente claro.

A cada minuto que passa o nível de irritabilidade da protagonista aumenta, aumentando junto com ele o gigante desconforto. Neste ponto (segundo ato) a conexão com a protagonista já foi estabilizada, e suas – nossas – frustrações começam a piorar. A relação dela com a casa é construída desde o inicio e se desenvolve junto com a narrativa, com uma série de cenas que fazem total sentido no terceiro ato. Já a questão maternal é jogada de forma muito irresponsável e totalmente fora dos padrões pré estabelecidos na narrativa, criando um problema no roteiro que pareceu não se importar com o total surrealismo da cena em questão.

Problemático ou não, o terceiro ato agiliza alguns pontos deixando um espaço de história completamente light e aberto a diferentes interpretações, pra depois inserir contextos complexos e acelerar a história até sua conclusão de forma bagunçada e quase claustrofóbica. Chega a ser um tanto exagerada, mas que graças a MARAVILHOSA atuação de  Jennifer Lawrence consegue se passar de forma aceitável, já que sua personagem carrega toda a carga em suas costas de forma brilhante.

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